segunda-feira, 30 de outubro de 2023

A picanha que demora a chegar ...

 

Esta semana, na próxima quarta-feira, o COPOM - Conselho de Política Monetária do Banco Central, deverá estabelecer a nova taxa básica de juros, Selic, para ter validade para os próximos 45 dias.   O mercado financeiro já precificou e espera a nova taxa Selic com redução de 0,5% sobre a atual taxa de 12,75%. E, ainda, segundo o Boletim Focus, a taxa básica de juros Selic deverá terminar o ano em 11,75%, o mesmo nível de junho de 2022.  

              O mercado financeiro e o setor produtivo do País, já acostumou com o "exorbitante" taxa básica de juros, exorbitante, qualquer que seja a taxa que o Banco Central venha estabelecer.   A taxa básica de juros, Selic, faz parte da "política monetária" do Banco Central, que anda "descolado" da "política econômica" do Governo federal.   Isto funciona em qualquer parte  do mundo.  

             O estabelecimento da taxa básica de juros Selic, deveria seguir tão somente o componente, a liquidez do sistema, um aperto monetário ou liquidez frouxo, que deveria ser dependendo, da tendência da inflação para os próximos 24 meses, no mínimo.   Para exemplificar, o FED, o Banco Central americano, estabelece a taxa básica de juros dos seus títulos, baseado na inflação presente e no índice da atividade econômica, balizada pelo índice de desemprego do país.  

            Como o Brasil é país de "jabuticaba", fruta que só dá no País, a taxa básica de juros dos títulos do Tesouro Nacional, é estabelecido, levando-se em conta o componente uma "política fiscal" frouxa do Governo federal.  Como a atual política fiscal, que já levou o nome de "arcabouço fiscal" pelo ministro da Fazenda, o político Fernando Haddad, não tem compromisso com o "equilíbrio fiscal", entre receitas e despesas das contas do Governo federal, o mercado financeiro "exige" um "adicional" de risco sobre aplicação em títulos do Tesouro Nacional.   

            Desta forma, apesar de inflação oficial, IPCA, registrar 5,05% nos últimos 12 meses, fechado em setembro último e a inflação acumulada do ano, em setembro, marcar 3,96%, faltando somente 3 meses para fechamento do ano de 2023, a discussão sobre a taxa básica de juros Selic está em ser 12,75% para mais ou para menos.  

            A consequência da taxa básica de juros Selic, oferecer rendimento líquido, a mais alta do mundo, é atração do capital especulativo ao invés de capital de investimentos de longo prazo.  O Brasil, no momento, é paraíso para os  "agiotas internacionais", em detrimento aos investimentos produtivos, em fábricas, que criariam milhões de empregos.   A principal causa desta situação "esdrúxula" é a falta de compromisso do Governo federal com a responsabilidade fiscal, se preocupando tão somente em "gastar mais".  

            A consequência da política econômica equivocada do  Presidente Lula, é a entrada do "capital estrangeiro especulativo" ao invés de "capital estrangeiro produtivo", de indústrias e serviços, que criariam novos empregos para a população cheio de esperança, de um dia poder fazer o seu churrasquinho de picanha nos finais de semana.

           Ossami Sakamori             

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