O ministro da Economia, Paulo Guedes está preocupado com a situação econômica do País, em meio ao resultado pífio de criação de novos empregos de acordo com os dados do Caged - Cadastro de Empregados e Desempregados levantado pelo Ministério da Economia. O desespero chegou a tal ponto que anunciou a liberação de R$ 100 bilhões do estoque de depósito compulsório do sistema bancário. Esquece o ministro Paulo Guedes que a atribuição da política monetária é do Banco Central do Brasil.
O Banco Central não confirma e comenta que a liberação da parte do depósito compulsório está em estudo, tanto quanto está em estudo a redução da taxa de juros Selic. Nas matérias anteriores, tenho afirmado que a política monetária é atribuição do Banco Central. Aliás, foi o próprio Paulo Guedes que tem defendido a "independência" do Banco Central. Essa intromissão do Paulo Guedes na política monetária vai na direção contrária ao seu discurso.
Se houver, efetivamente, a liberação do compulsório das instituições financeiros, no volume anunciado de R$ 100 bilhões, o resultado é que as instituições financeiras ficarão muito felizes. Para pequenas e médias empresas a liberação do depósito compulsório, trariam maior volume de dinheiro para capital de giro de curto prazo e taxa de juros menores, em tese. Para as pessoas físicas, a exorbitante juros praticados pelo sistema bancário e cartões de crédito baixaria em alguns poucos pontos percentuais.
Foi ontem que fiz matéria: Desinflação no Brasil. Comemorar o que? No entanto a volta da inflação, mesmo que pequena, obriga o Banco Central manter o atual taxa de juros básicos Selic, de 6,5% ao ano. Na minha visão, o Banco Central deveria baixar a taxa Selic que privilegia os investidores especulativos ao invés de investidores produtivos. Tenho afirmado e mais uma vez confirma. A equipe econômica privilegia o setor especulativo em detrimento ao setor produtivo. Mais uma vez, os bancos ganham e os investidores produtivos perdem.
A medida anunciada pelo Paulo Guedes, se implementada pelo Campos Neto do Banco Central, seria um pequeno passo para livrar o Brasil de mais um ano de "recessão", custe o que custar.
Ossami Sakamori
É permitido reprodução desta matéria.
A medida anunciada pelo Paulo Guedes, se implementada pelo Campos Neto do Banco Central, seria um pequeno passo para livrar o Brasil de mais um ano de "recessão", custe o que custar.
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