Oi telecomunicações. É previsível o processo de recuperação judicial.

A notícia corre que está em gestação o desfazimento da fusão entre a companhia Oi e a operadora portuguesa Portugal Telecom.  A controladora do Portugal Telecom, a PT SGPS, após a venda de ativos da operadora de telefonia em Portugal para a empresa francesa Altice por $ 7,4 bilhões de euros, equivalente hoje a R$ 25,6 bilhões, parece mudar de ideia a respeito da fusão com a companhia brasileira Oi. 

O acordo de acionistas previa que o produto da venda dos ativos da Portugal Telecom seria colocado na Oi para aliviar a crise financeira que vive a operadora brasileira. A entrada de dinheiro da venda dos ativos da Portugal Telecom é crucial para a sobrevivência da Oi. Se não houver a injeção do dinheiro produto da venda dos ativos da operadora portuguesa, coloca em cheque a própria existência da Oi brasileira.

O último balanço trimestral conhecido do ano de 2014, o endividamento da Oi era de R$ 46,2 bilhões com o prazo médio de vencimentos em 4,3 anos. Não inclui neste montante o valor do empréstimo tomado junto ao BNDES pelos controladores grupo Jereissati e Andrade Gutierrez. Para se ter ideia, o patrimônio líquido da Oi em 31.12.2013, último dado conhecido, era de R$ 11,5 bilhões e endividamento de R$ 35,8 bilhões. Os números mostram que a situação da Oi vem deteriorado rapidamente.

Para Portugal Telecom, a esta altura dos acontecimentos, com dinheiro na mão, seria péssimo negócio concluir a fusão com a Oi brasileira com injeção de R$ 25,6 bilhões, produto da venda de ativos da operadora portuguesa para a Altice francesa. O que se prevê é rompimento do contrato de fusão entre Oi brasileira e Portugal Telecom. Para Portugal Telecom é colocar dinheiro bom em cima da empresa com pouca possibilidade de recuperação.

Com o desfazimento da fusão da Oi brasileira com a Portugal Telecom, não resta saída para Oi senão fatiar a empresa em parte boa e parte podre. A parte boa seria vendida para a TIM - Telecom Itália, operadora de telefonia celular. A parte ruim da Oi brasileira com grande volume de esqueletos, como dívidas devidos aos processos judiciais decorrentes do plano de expansão da Brasil Telecom, da CRT e da Telemar, incorporadas a Oi brasileira. 

Uma boa parte do dinheiro da venda da telefonia fixa da Oi para TIM, operadora da telefonia celular, deverá ser pago para os grupos de controle Jereissati e Andrade Gutierrez em contas no exterior. Uma pequena parte da venda da telefonia fixa para a TIM deve incorporar no que sobrar da Oi podre. Pelos números apresentados no balanço é certo que a parte podre da Oi deve entrar em processo de recuperação judicial.

Mais uma vez, os bancos públicos como BNDES e Fundos de Pensão deverão se habilitar no processo de recuperação judicial. É pouco provável que sobre alguma coisa para o BNDES e Fundos de Pensão, porque antes deles, os passivos trabalhistas e toda forma de impostos terão prioridade no recebimento quando da liquidação de ativos podres. Mais uma vez, os acionistas minoritários, incluindo entre eles o BNDESpar e os Fundos de Pensão deverão ficar com os micos na mão.

Se confirmar as informações da minha fonte, a quebra da Oi deixará prejuízo que vem acumulando desde a época da privatização. Isto faz parte do risco do sistema BNDES e dos Fundos de Pensão comentado por este blog.

O provável desenho é que a TIM brasileira será adquirida pelo Portugal Telecom e os Jereissati e Andrade Gutierrez, via Portugal e Hong Kong. Os senhores feudais brasileiros sairão por cima, ficarão cada vez mais ricos, com o estado de falência da Oi brasileira. Isto deve se confirmar nos próximos 90 dias. 

É previsível o processo de recuperação judicial da Oi. Os portugueses não são burros como fazem crer as piadas sobre os lusitanos, para enfiar o dinheiro bom num projeto falido. Burros e otários somos nós brasileiros  que elegemos como presidente da República uma pessoa insana chamada Dilma Rousseff para governar os destinos de todos nós. 

Otários somos nós! Os portugueses são espertos!

Ossami Sakamori

@SakaSakamori