sábado, 25 de maio de 2024

Economia. Nuvens negras no horizonte !

 

Ontem, estava a assistir entrevista do ministro da Fazenda, Fernando Haddad para com os jornalistas credenciados no Congresso Nacional e fiquei seriamente preocupado com o futuro do País.  Na referida entrevista, que tratava sobre taxação ou não das compras pela internet, até US$ 50, o ministro da economia, falou sobre as contas públicas do Governo federal.   

           Passado 1 ano e um quadrimestre, da posse como ministro da Fazenda do Governo Lula, este se deu de criticar a gestão do seu antecessor na pasta, Paulo Guedes, acusando o Governo anterior, de ter transmitido "herança com rombo fiscal" e previsão orçamentária, deveria estar se referindo à LDO de 2022, que estabelecia o limite de gastos para o ano 2023, primeiro ano da gestão Lula.  

           O resultado primário de 2022, ao contrário do que afirmou o ministro da Fazenda, terminou o ano com "superávit fiscal" de R$ 54 bilhões.   Além de que, no final de 2022, o ministro da Fazenda, Paulo Guedes, franqueou o novo ministro da Fazenda, Fernando Haddad e ministra do Planejamento, Simone Tebbet, de fazer alterações que fossem necessário para o Orçamento Fiscal de 2023, do novo Governo.  Nesta alteração feita pela nova equipe econômica, a do Presidente Lula, fez alterações que resultava um "déficit fiscal" de R$ 153 bilhões no Orçamento fiscal de 2023, devido ao aumento em gastos nos programas sociais e aumento de número de ministério, de 26 para 38. 

           Pelas razões expostas, sobretudo em razão do aumento da máquina pública o "déficit primário" de 2023, que "não leva" em conta o pagamento de juros da dívida, foi de R$ 249,1 bilhões, contra "superávit primário" de R$ 126 bilhões, no exercício de fechamento do Governo Bolsonaro.   Lembrando que no "déficit primário" não leva em consideração o pagamento de juros da dívida pública.   Lembrou, também, o ministro da Fazenda que em 2023, foram pagos os precatórios no valor de R$ 90 bilhões, como se os precatórios não fossem dívidas do Governo. 

           Os dados preliminares, apresentado pelo o ministro da Fazenda, prenuncia um outro "déficit primário" gigantesco, na minha avaliação, baseado em gastos "desenfreados" nesse primeiro quadrimestre do ano.   E, ainda, aproveitando como o motivo, o desastre ambiental no estado de Rio Grande do Sul, Presidente Lula editou Lei complementar que autoriza Governo  federal, os gastos extraordinários, o já conhecido "Orçamento de Guerra", tal qual, aplicada no ano da pandemia devido a Covid-19, devido a paralização quase total das atividades econômicas no ano de 2020.  

           O Governo Lula está com pressa de mostrar o serviço, com realizações de obras, para marcar a sua gestão, não importando o tamanho do "déficit primário" ou o "rombo fiscal".  Para quem tem a mínima noção de macroeconomia, sabe que "déficit primários" seguidos, só aumenta o endividamento do Tesouro Nacional.   Nos bons tempos, se dizia para esta situação como sacar dinheiro no "cheque especial" ou deixar no "saldo devedor".

             Pois, o Brasil está passando por uma fase assim, onde Presidente da República, nos primeiros 4 meses do ano, gastou cerca de R$ 300 milhões em "cartões corporativos", que em tese, não precisa prestar contas.  Como exemplo vem de cima, os funcionários "bagrinhos" da Esplanada dos Ministérios, gastam o que podem e o que não podem, usando as brechas da legislação.  

             Os gastos sem a necessária receita correspondente, vão refletir na economia como um todo, fazendo com que a "política monetária" do Banco Central, permaneça com a taxa Selic nas alturas para "segurar" a inflação.   Na minha visão, no ano de 2024, a taxa Selic deve terminar, ainda, acima de 10% ao ano, apesar de inflação estar comportada, próximo de 5% ao ano.  

           O quadro, aparentemente, calmo, neste momento, apresenta no horizonte, nuvens negros, carregados, com prenúncio de tempestade, tal qual aconteceu no estado de Rio Grande do Sul.   Os investidores especulativos estrangeiros já estão repatriando os seus dólares ou euros aos países de origem prevendo dias difíceis para economia brasileira. 

            Nos casos pessoais de cada um e de cada uma, seria uma boa medida conter os gastos desnecessários e fazer as reservas para prováveis intempéries que estão para vir. 

              Ossami Sakamori 

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