quinta-feira, 26 de setembro de 2019

Brasil encontrou a vocação de crescimento econômico sustentável


Hoje, vamos falar sobre a perspectiva da economia para os próximos anos, até 2022, pelo menos.  Vamos lembrar que o atual governo herdou a economia em plena "depressão", que vinha arrastando o País para o "buraco", desde 2014.  Alguns sinais de alento vem dos últimos indicadores econômicos apresentados pelo IBGE e outros órgãos do governo.  Não são números de "soltar foguetes", mas com certeza, são indicadores que a economia do Brasil está saindo do "buraco", que se meteu por vontade própria.  

Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados - Caged, divulgado nessa quarta-feira, 25, pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, foi criado em agosto 121.387 postos de trabalho. O resultado é o melhor para o mês desde 2013, quando foram criados 127.648 postos de trabalho.  O número apenas indica a tendência da melhora.  O número de desempregados, desalentados, nem-nem e sub-empregados, continuam no patamar de 50 milhões, num universo de 110 milhões de força do trabalho, o que é estarrecedor! Para se ter ideia, o Brasil registra, formalmente, apenas 33 milhões de trabalhadores com carteira assinada.  Vamos lembar que, devido ao crescimento populacional vegetativo, o País precisa criar cerca de 600 mil novos postos de trabalho para manter o mesmo índice de trabalhadores com emprego. Seja como for, o número apresentado pelo Caged é positivo para o momento atual.

Mesmo sem colher o resultado da reforma da Previdência, em fase final de aprovação no Senado Federal, o resultado da conta do governo federal vem apresentando uma pequena melhora, não pelo esforço de contenção de gastos públicos, mas pelo aumento de arrecadação de tributos federais, comparado com a arrecadação de 2018.  Há sinais claros de que o "déficit primário" de 2019 deve fechar, sem ainda considerar o leilão da "cessão onerosa" do Campo Tupi, menor do que o previsto.  O leilão deve trazer um reforço no caixa do governo, entre R$ 100 bilhões a R$ 120 bilhões.  Com o dinheiro do leilão da "cessão onerosa", pode acontecer de Orçamento Fiscal do ano de 2018, fechar no terreno "positivo".  Se fechar o Orçamento Fiscal do ano de 2019, sem o "déficit primário" ou em outras palavras, com um pequeno "superávit fiscal", a credibilidade do Paulo Guedes e do Campos Netos, respectivamente ministro da Economia e presidente do Banco Central, vai estar em "alta".  O ministro Paulo Guedes corre para que o leilão da "cessão onerosa" seja realizado ainda neste ano.

Para leigos entenderem o que é a venda da "cessão onerosa" do campo de Tupi, convém lembrar que no governo Lula, a Petrobras recebeu da União na forma de capitalização, os 5 bilhões de barris de petróleo bruto do campo de Tupi.  Acontece que o Campo de Tupi mostrou uma reserva de 12 bilhões de barris.  O que vai em licitação é o direito de exploração do saldo da reserva de 7 bilhões de barris, portanto.  Com a venda desta reserva, o País fica com reserva de petróleo conhecido, "zerada".  Vamos lembar também que no governo Dilma, foi leiloado a reserva do campo de Libra, estimado em 10 bilhões de barris.  Para efeito de comparação, a Venezuela e Arábia Saudita, cada país, tem cerca de 350 bilhões de barris de reserva de óleo bruto.  A famosa frase: " o petróleo é nosso!" ficou apenas no simbologia do nacionalismo.  

Por outro lado, o Banco Central vem adotando política monetária, extremamente ortodoxo, com juros reais 40% acima da inflação, reduzindo drasticamente a expansão monetária.  No entanto, os juros nominais é a menor dos últimos 20 anos.  Para uma inflação ao redor de 4% ao ano, taxa de juros Selic de 5,5% é muito alta.  No meu entender, para que os investidores do setor produtivo venham fazer aporte de investimentos, a taxa de juros reais deveriam estar no nível da inflação corrente.  Seja como for, a redução gradual dos juros é uma política monetária correta para o momento atual, de transição.

Em resumo, podemos afirmar que o Brasil retomou a vocação de crescimento econômico sustentável.  

Ossami Sakamori  


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