Crédito de imagem: Estadão
Nunca imaginei que ao completar, neste ano, 50 anos de formado pela Escola de Engenharia da Universidade Federal do Paraná iria encontrar o País tal qual escombro do Museu Nacional. O Museu Nacional é apenas o retrato do escombro que se tornou o Brasil governados, pelo menos nas últimas cinco décadas, pelos governos do Regime militar ao do regime democrático. O pior de tudo, é ver diante das mazelas deixados pelos governos do período militar e democrático, "engalfinharem-se" para assumir o triste espólio para satisfazerem-se os próprios egos.
Quando entrei na Escola de Engenharia, em 1964, os prédios que compõe magnífico Centro Politécnico da UFPR já estavam prontos havia dois anos. Não, não foram construídos no Regime militar. O conjunto de prédios foram construído no período no governo civil do presidente Juscelino Kubitschek. Durante o curso de engenharia, visitamos a UFRJ, na Ilha do Fundão, e ao olhar aqueles enfileirados prédios recém construídos, ficamos orgulhosos e com esperança de que o Brasil enfim podia recuperar o atraso que se encontrava em relação aos países do Primeiro Mundo. Parecia que, enfim, o Brasil iria enfileirar-se ao lado dos países desenvolvidos. Infelizmente, foi um grande engano. Hoje, após 50 anos, de Regime militar ao regime democrático, os mesmos prédios e estrutura de ensino perderam-se no tempo. E o Brasil continua fornecedor de produtos primários com no tempo do império.
O escombro do Museu Nacional é apenas retrato do descaso das administração pública, do Regime militar ao do regime democrático. Ao contrário do que se apregoa, o Regime militar não deu atenção à educação, até pelo medo de ver a classe pensante do País rebelar-se ao regime de exceção. Em 1984, voltamos ao regime democrático com a eleição indireta do Tancredo Neves para presidente da República. O que se viu após a abertura democrática foi que a ideologia da esquerda tomou conta das universidades federais, em especial. Já se passaram três décadas e a estrutura burocrática estatal do País continua apinhado de pessoas com a velha ideologia da esquerda.
O incêndio do Museu Nacional serviu para mostrar a estrutura burocrática arcaica dos tempos do império, recheados de funcionários públicos que não defendem o País com o mesmo ardor que defendem os seus próprios privilégios. Formaram-se as "castas" de funcionários públicos concursados, que engalfinham-se para ocupar cargos de chefia, sem arcar com as responsabilidades que os cargos exigem. Isto é que fazem os candidatos à presidência perseguirem o objetivo com tanta persistência.
Assistindo às entrevistas de diretor do Museu Nacional ao ministro da Cultura e da Educação, encontrei as razões que eu procurava para justificar o atraso do Brasil em relação aos países do primeiro mundo. Ninguém, absolutamente ninguém, assume a responsabilidade da destruição da memória tão cara para o povo brasileiro. Todos, absolutamente todos, incluído presidente da República, querem tira o seu da "reta".
Na eleição presidencial, acontece o mesmo fenômeno. Todos, sem exceção, são candidatos "salvadores da pátria". De um lado deputado com atuação parlamentar medíocre nos últimos 28 anos de mandato, repentinamente, se diz "consertar o Brasil à bala". Doutro lado, os velhos caciques, com fórmulas como "tirar nome do SPC" ao estilo de governo "chuchu" dos mesmices. Nada contra as pessoas dos candidatos, mas o Brasil continua na velha prática de clientelismo.
Não é através de vieses de ideologia, nem tão pouco por via das "bravatas" que vai tirar o País do atoleiro que se meteu. No entanto, as pesquisas de intenção de votos, mostram que o povo brasileiro, inculto, vai eleger mais uma vez o "salvador da pátria". Depois da tantos anos de luta, 50 anos, ao ver os candidatos engalfinharem-se pela conquista do poder apenas para satisfazerem os seus próprios egos, chego a conclusão de que precisarão de mais 50 anos para mudar a cultura do povo. O Brasil e o seu povo merece mais respeito.
Brasil, o meu tempo já se esgotou!
Ossami Sakamori
2 comentários:
Não faz muito tempo estavam o mercado, os bancos, os investidores, os diversos tipos de capitais, os Governos executivos e todo o povo de todas as classes sociais muito felizes, satisfeitos e cheios de orgulhos pela pátria que se tornará a 6a. Economia do mundo e rumo a 5a , que se tornará o sonho de vários estrangeiros em cá vir investir e morar num país próspero, multicultural, de clima tropical de águas mornas e de um povo acolhedor e bem humorado ...
Sempre me impressionou de como a memória do ser humano é seletiva e por isto falha.
Bom dia .
Tenho a impressão que nasci num Brasil e hoje vivo em outro, sem ter me mudado.
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