Por mais que o governo Temer tente mostrar a normalidade, os números macroeconômicos revelam estado lastimável do Brasil. O Banco Central divulgou hoje a posição da dívida pública federal no final do mês de maio. A dívida pública federal líquida, descontado contas a receber e reserva cambial, está em R$ 3,716 trilhões, sendo R$ 143 bilhões em moeda estrangeira. Feito conta rápida, a dívida pública federal líquida, eu disse líquida, representa cerca 56% do PIB ou de tudo que o País produz no ano.
O tamanho da dívida pública não é tão preocupante, pois que os Estados Unidos, por exemplo, tem dívida pública interna de cerca de 110% do PIB. A diferença é que o Tesouro dos Estados Unidos paga juros médios negativos ou seja paga juros menores que a inflação, enquanto no Brasil paga a taxa de juros reais cerca de 3,5% ao ano acima da inflação.
O que preocupa, os que tem o mínimo conhecimento da macroeconomia, é o prazo médio dos vencimentos destas dívidas. No conceito clássico, o prazo médio das dívidas públicas federais é de 4,08 anos ou seja a cada pouco mais de 4 anos o Tesouro e o Banco Central teria "rolado" a dívida pública pelo menos uma vez. No jargão popular isto se denomina "ciranda financeira". No particular, isto é como a situação de uma pessoa que precisa correr "atrás da máquina" para rolar a dívida cada vez maior.
Outro dado curioso é que a incompetência de sucessivos governos faz com que cada cidadão brasileiros, cerca de 210 milhões de pessoas, incluindo os recém nascidos e idosos, uma média de R$ 17.619,00 de dívida líquida. Isto é, dívida a pagar descontando a dívida a receber.
O fato é que o Brasil deve R$ 3,716 trilhões líquidos, com vencimento médio de 4 anos. Não é preciso ser economista para constatar que a dívida pública brasileira é impagável.
Ossami Sakamori
Engenheiro civil e consultor empresarial
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