domingo, 28 de maio de 2023

Novamente, o pré-sal do Amapá

 

A briga insana entre o Governo federal e a Petrobras, me faz voltar ao assunto do embate entre a Companhia e o IBAMA. Informações fornecidas pela Petrobras à grande imprensa, dão conta de que a Companhia deu entrada no pedido de reconsideração ao IBAMA sobre a negativa de pesquisa e exploração de petróleo do pré-sal da costa equatorial do Brasil, especialmente, na costa do estado de Amapá, a cerca de 170 km da costa e 540 km da foz do rio Amazonas. O assunto ganhou destaque porque o IBAMA é um órgão do Ministério do Meio Ambiente, cujo titular é a Marina Silva, que quer fazer prevalecer os seus pontos de vistas para marcar sua posição como "ambientalista raiz", do seu currículo.   Isto dá notoriedade no mundo global.

          Segundo a Petrobras, o processo de licenciamento ambiental do bloco designado de FZA-M-59, foi iniciado em 2014, inicialmente pela BP Energy do Brasil, uma multinacional, de quem a Petrobras comprou o direito de exploração do petróleo no bloco.  Ainda, segundo a Companhia,  está previsto investimentos de US$ 2,9 bilhões nesta região, nos próximos 5 anos, com perfuração de 16 poços.  O bloco de Amapá faz parte do bloco da margem equatorial, que vai do Amapá ao Rio Grande do Norte, com reserva estimada em 30 bilhões de barris do tipo pesado, TWI.  A reserva, após extraído, ao preço de hoje, ao entorno de US$ 70 cada barril, daria espantoso volume financeiro de US$ 2,1 trilhões, em valor bruto.   

        O Brasil já explora o petróleo do pré-sal na costa leste do País, que vai de Florianópolis a Natal, abrangendo cidades e biomas importantes como Angra dos Reis e cidades como do Rio de Janeiro, cujas praias são conhecidos internacionalmente.   Essa discussão sobre eventuais acidentes e danos ambientais, já foram discutidos à exaustão e hoje, estes estados e municípios  recebem polpudos royalties do petróleo do pré-sal, os mesmos que o IBAMA, quer colocar obstáculos na sua exploração, com argumentos de ue numa eventualidade de derramamento de petróleo irá atingir os manguezais daquela região, "se" houver acidentes nas plataformas marítimas e o sistema de defesa não funcionar.   

    Para leitores se acalmarem, a exploração de petróleo pré-sal, ao longo dos mares ou oceanos, acumula expertise ao longo dos anos, tornando a exploração nessa área suficientemente seguros para evitar acidentes como daquele que ocorreu no Golfo do México, em 2010, com explosão da plataforma da petrolífera BP, onde mais de 134 milhões de barris de petróleo bruto foram derramados.   Até pela experiência negativa, hoje, o sistema de exploração é muito mais seguro.

        Na minha opinião, o Brasil não pode prescindir de US$ 2,1 trilhões proveniente da exploração do petróleo do pré-sal da costa equatorial e muito menos interromper a exploração do petróleo do pré-sal da costa leste.  Hoje em dia, os equipamentos de exploração de petróleo ao longo dos mares do mundo, ganhou segurança adicional, pós acidente no Golfo do México.  O pior que poderia acontecer seria um acidente no pré-sal da costa leste e jogar o petróleo bruto na praia do Ipanema, por exemplo.  Acalmem-se, os cariocas!  Hoje em dia, as construções de plataformas da Petrobras contam com o experiência dos técnicos noruegueses, os pioneiros no pré-sal, para que o sistema de perfuração de petróleo seja muito seguro.   

        O que me espanta é o fato de que, nem o Governo Lula e nem a ministra do Meio Ambiente, não estão colocando na mesa de negociação desse imbróglio entre Petrobras e Ibama, uma parcela de contribuição, dentro dos US$ 2,1 trilhões de receita prevista, recursos para preservação dos biomas Amazônia, cerrado e pantanal, dentro do novo conceito do ESG floresta, para melhorar a vida da população que vivem sob floresta ou vivem em total abandono nos biomas cerrados e pantanal. A Amazônia não consiste apenas de florestas, mas sobretudo de população que vive esquecida à própria sorte, sob florestas ou perdidos na imensidão do cerrado ou do pantanal.   São mais de 70 milhões de brasileiros que estão "esquecidos" nos biomas considerados pelos sucessivos governos, militares ou civis, de plantões.  

     Está mais do que na hora, do Governo federal, através do Ministério do Meio Ambiente, darem atenção aos brasileiros que moram "sob floresta" e deixar de dar mais atenção ao  "caranguejo" do que da vida humana que dependem dos US$ bilhões que movimenta o setor de petróleo no País.

      Ossami Sakamori            

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