sábado, 13 de maio de 2023

A importância das contas públicas

 

O que está acontecendo nos Estados Unidos poderá servir de exemplo para o Governo brasileiro, em relação ao endividamento do Governo federal.  O anúncio do CBO, um órgão do governo dos Estados Unidos, politicamente independente, que faz análises fiscais e econômicas  ao Congresso americano, havia avaliado que o problema de Orçamento público federal poderia acontecer entre julho e setembro deste ano, se não houver a aprovação do aumento de limite do endividamento do Tesouro Nacional.  O próprio Tesouro americano anunciou a data limite de 1º de junho como data limite para uma possível "default" ou inadimplência da maior economia do mundo, que, hoje, responde por cerca de 1/4 do PIB do mundo. 

        A Secretária do Tesouro, Janet Yellen, cargo equivalente ao ministro de Fazenda no Brasil, anunciou que o Tesouro americano só tem dinheiro para pagar as contas do Governo federal até o final de junho.  Os Estados Unidos padecem do mesmo problema do Brasil, o endividamento público.  A dívida da maior economia do mundo, em 19 de janeiro, alcançou a cifra de US$ 152 trilhões, valor a partir do qual o país não pode contrair novos empréstimos para financiar os seus gastos públicos.

       O Brasil se encontra numa situação semelhante, a dívida do Tesouro Nacional se aproxima celeremente em direção ao PIB, que fechou o ano de 2022, em US$ 1,92 trilhões, segundo Austin Rating.  O endividamento público do Brasil, no final de 2022 somava R$ 7,22 trilhões, correspondente ao 73,5% do PIB - Produto Interno Bruto.  

        Lá nos Estados Unidos, como cá no Brasil, o limite do endividamento público poderia gerar dificuldades no mercado creditícios e interrupção nas atividades econômicas e aumento rápido de juros da dívida pública ou taxa básica de juros Selic, equivalente, no Brasil.  

        Certamente, o Banco Central do Brasil, está atento ao fato que está ocorrendo nos Estados Unidos, pagando taxa Selic de 13,75% ao ano, desde junho de 2022, evitando que o Tesouro Nacional entrasse numa situação de colapso, sem recursos para pagar as contas públicas, que ocupa, cada vez mais, a sua parcela no PIB - Produto Interno Bruto.  

       E, concluo dizendo que, não é na "gritaria" e na "baixaria", como acontece no Brasil, que a política econômica e política fiscal do Governo federal, que diz respeito ao bem estar da atual e das futuras gerações de brasileiros, se resolve.   É importante, cada qual, o Banco Central e a Fazenda Nacional, respeitem a sua independência. 

        Ossami Sakamori              

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