sábado, 20 de maio de 2023

Espero a taxa Selic de 12,25% ou menos

 

A discussão sobre os serviços da dívida pública federal tornou-se, após a crítica ostensiva do Presidente da República sobre a atual taxa básica de juros Selic, conversa de botequim, aos níveis mais baixos, que já vi na história recente.  Antes, as críticas eram feitas pelas entidades de classes como FIESP e CNI, os maiores prejudicados com a migração de recursos disponíveis para o setor especulativo, sobretudo ao mercado financeiro global, de dá volta ao redor do mundo em segundos, buscando maior rentabilidade para os seus capitais especulativos.   

       É triste ver este quadro de "disputa" de poder sobre o capital financeiro, por motivo político do que pelo motivo estrutural, em que os recursos poderiam estar alavancando o desenvolvimento do País.   Presidente Lula erra ao fazer críticas sem base macroeconômico e o presidente Campos Neto erra ao insistir em sua tese, apenas sob ponto de vista técnico. Cada um deveria estar, apenas, cuidando do seu "quadrado", o Executivo do desenvolvimento do País, contendo os gastos públicos dentro das próprias receitas, de impostos e tarifas, e o Banco Central cuidando do poder de compra do "real", mantendo a inflação sobre o controle.  

         Como foi dito na matéria anterior, o Governo federal, sobretudo desde a crise econômica e financeira de 2014/2015, da gestão da Presidente Dilma, PT/MG, a pior dos últimos 100 anos, o Brasil não acertou mais o "pé" da política econômica do Governo federal, andado insistentemente em descompasso com a política monetária do Banco Central.   

          Em tese, a política monetária do Banco Central deve andar com independência do Governo federal, para que não haja "hiperinflação" vivido no período antes do Plano Real ou uma inflação incontrolável, acima de 100%, como dos nossos vizinhos, argentinos.  

     Em tese, o COPOM do Banco Central estabelece a taxa básica de juros Selic, baseado na meta de inflação, para o ano de 2023, em 3,25% e para 2024, em 3,00%.  A taxa básica de juros Selic em 13,75% e a inflação acumulada em 12 meses, terminada em abril, que cedeu para 4,18%, ligeiramente superior à meta de inflação de 3,25%, o Banco Central deveria flexibilizar ou baixar a taxa básica de juros Selic, já na próxima reunião do COPOM, que ocorrerá no próximo mês. 

         Essa "briga", via imprensa, entre o Banco Central e o Executivo, sobre a taxa básica de juros Selic, de competência exclusiva do Banco Central, cai no ouvido da população causando enorme "desconfiança" e aos investidores nos setores produtivos.   Por outro lado, o mercado financeiro especulativo estrangeiro vem "voando" para aplicar em títulos do Governo federal, com ganho extraordinário, causando a desvalorização do dólar americano.   A consequência nefasta é que o setor produtivo brasileiro, deixam de aplicar em suas atividades próprias, preferindo aplicar em títulos do Tesouro Nacional com rentabilidade segura, sem correr riscos inerentes às suas atividades produtivas.  

        Espero que a na próxima reunião do COPOM, previsto para dias 20/21 do próximo mês, exatamente após um ano da reunião que estabeleceu taxa Selic em 13,75%, pelo mesmo COPOM, rebaixe a taxa Selic ao menos em 1,5%, não querendo eu ser "mais realista que o próprio rei". 

         Ossami Sakamori 

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