Crédito da imagem: Estadão
Faltando apenas 4 dias para a posse do presidente Jair Bolsonaro, não temos ainda definições claras sobre a política econômica do governo que comandará o Brasil, pelo menos, nos próximos 4 anos. Há um entusiasmo desmedido sobre a virada do País para a direita, sem saber exatamente qual seja a direita que queremos. Comemora-se no meio empresarial de que a política econômica será liberal, sem saber em que grau de liberdade vai espelhar o seu mentor, o professor Milton Friedman da Universidade de Chicago. Por enquanto, estamos "comprando" o "pacote fechado" do Paulo Guedes, o "guru" do novo presidente da República, sem ao menos saber o que seja a sua teoria liberal.
Este blog, sempre, pautou matérias sobre as medidas econômicas dos sucessivos governos e seus alcances, sem entrar na discussão acadêmica sobre o tema, apenas com o propósito de "deixar mais esperto" os nossos leitores sobre as consequências que delas possam advir. Digamos que sou um engenheiro "metido" a um "articulista econômico". Mas, tenho certeza, meto a mão na "ferida", que a grande imprensa tem medo expor.
O mercado financeiro e o empresariado brasileiro estão aplaudindo a economia liberal do Paulo Guedes confiando na "política econômica", ainda não revelada. Apenas sabemos que o Paulo Guedes se coloca como seguidor da tese defendida pelo Milton Friedmann, baseado na "desregulamentação" da economia. No entanto, os primeiros movimentos tem mostrado que a teoria econômica defendida por Paulo Guedes mais se assemelha à teoria "neoliberal" do outro notável professor, o Jonhn Keynes.
A política econômica e monetária do Paulo Guedes, o ministro da Economia e do Roberto Campos Neto, o presidente do Banco Central, ainda é uma grande incógnita. As grandes empresas estatais, como a Eletrobras, a Petrobras, o Banco do Brasil, o BNDES, a Caixa Econômica Federal, continuarão sob controle acionário da União, como dantes, contrário da promessa de campanha. Não se sabe ainda se a empresa Correios será privatizada ou não. A privatização das empresas estatais, pelo que parece, vai ficar na "meia sola", bem ao contrário do que ensinava o mentor da teoria liberal da Chicago University. Por enquanto, só nos resta confiar no que vão produzir os "Chicago olds boys".
Quanto à política monetária, está sendo defendido o "mandato fixo" para dirigentes do Banco Central, como se isto resolvesse o grave problema do endividamento público ou que isto resolvesse o problema constante e crucial da inflação no País. Fala-se muito em "cambio flutuante" como se isso, também, fosse a solução para estabilizar a moeda brasileira. Para saber, em todo o mundo, em maior ou menor grau, a "política monetária" tem sido o instrumento de "desenvolvimento econômico" de cada país, menos no Brasil. O Brasil quer imitar os Estados Unidos, sem ter a mínima condição de sê-lo semelhante. No meu entender, em matéria de política monetária, o Brasil deveria seguir os passos semelhantes daquela da China, que cresce acima de 6% ao ano há duas décadas e tornou-se segunda economia do mundo, com tendência de ser a primeira economia do mundo nas próximas duas décadas.
É temeroso, no meu entender, o "alinhamento automático" aos Estados Unidos, tendo o Brasil apenas 1/10 do PIB americano. Infelizmente, os poucos anúncios tem mostrado, o Brasil deverá optar continuar sendo o quintal dos Estados Unidos. Não, não seremos um país de vanguarda, apesar de ser a nona economia do mundo, quinto em extensão territorial e sexto país do mundo em população.
No entanto, temos que admitir que, mesmo com o Bolsonaro na presidência e a esperança inabalável do povo brasileiro, o Brasil continuará comendo o resto de comida dos países do primeiro mundo, por opção e por vontade própria. Brasil perdeu o orgulho de si próprio. Brasil jogou a toalha de ser a quinta economia do mundo. E, não adianta, eternamente, colocar a culpa no PT e sua corriola. Brasil perdeu o "brio" e "brilho" de antes.
Brasil sofre do síndrome de vira-lata.
Brasil sofre do síndrome de vira-lata.
Ossami Sakamori
Um comentário:
Acho que como toda brasileira, estou cansada dessa síndrome. Ter medo de valorizar o que é nosso, e aparentemente quando faz, faz errado. Acredito no Liberalismo, mas o neo Liberalismo agora ñ é para nós. Esse todo posudo Paulo Guedes, devia cumprir as promessas de campanha e não deixar os banqueiros mais ricos. Eu posso ñ ser especialista em números, mas sou em contas e tenho feito minhas observações. Ele fala de um e vai para o lado do outro. Na China para se sair da miséria se trabalha,agora o famoso só pensa em se equiparar aos EUA sem condições nem físicas nem morais para isso. Um Presidente com tantos sonhos e um Ministro que vai transformar muitos deles em Pesadelos.
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