Crédito da imagem: Globo
A Boeing e a Embraer bateram martelo, ontem, sobre a associação das duas companhias para produção de jatos de pequeno e médio porte, além da associação para produção e comercialização do cargueiro KC-390, já na fase de entrega comercial. No primeiro momento, o negócio dos jatos comerciais envolve US$ 5,26 bilhões ou R$ 20,5 bilhões, na cotação do dólar de ontem (R$3,90). Não foi revelado o detalhe dos números sobre a nova companhia para produção do cargueiro KC-390.
No desenho do negócio, a Boeing adquirirá 80% ou cerca de e pagará US$ 4,2 bilhões à Embraer, pela parte de jatos comerciais, tão logo seja homologado pelo governo o acordo comercial, em razão do governo brasileiro possuir a "golden share" (uma ação da Embraer que permite o "veto" nos negócios, apesar de não ter o controle acionário). O acordo prevê ainda que em 10 anos, a Boeing poderá adquirir o restante dos 100% da divisão de jatos comerciais. O governo brasileiro tem até o dia 16 de janeiro para "vetar" ou "aceitar" o desenho da negociação.
A fábrica da Embraer em São José dos Campos, ficará com a "NewCo", a denominação da nova companhia, resultado da associação entre a Boeing e Embraer. A fábrica de jatos executivos, hoje em São José dos Campos, deverá ser transferida para as instalações em Gavião Peixoto, também no estado de São Paulo. Não está definido ainda, quantos funcionários da Embraer passará para a "NewCo", segundo o comunicado.
Quanto a associação na área do cargueiro KC-390, de princípio, a Boeing ficaria com 49% e a Embraer com 51%, ficando ao encargo da comercialização para a Boeing. Nesta associação, deverá abrir mercado para o KC-390 da Embraer, já que os cargueiros produzidos pela Boeing são todos de maior porte. Quanto aos demais aviões militares, os super-tucanos e os jatos de combate Gripen, este último em associação com a sueca Saab, não estarão incluídos no portfólio da NewCo, ficando estes à responsabilidade da Embraer Defesa.
A ousadia e a persistência dos militares, empresários e corpo técnico durante os últimos 50 anos (Embraer foi fundada em 1969), para chegar onde chegou, acabou terminando numa mera negociação de R$ 20,5 bilhões. Vamos nos acostumando com isto, que faz parte da receita da economia liberal.
Ossami Sakamori
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