sexta-feira, 20 de abril de 2018

Déficit nominal, o gargalo para o desenvolvimento do Brasil.

Crédito da imagem: Estadão

"Não é hora de complacência", insiste o diretor do Departamento de Assuntos Fiscais do FMI, Vitor Gaspar. Disse o diretor de que o perigo da turbulências no mercado financeiro internacional tem crescido com a política de juros baixos e crédito fácil, num ambiente propício a operações de risco e à valorização excessiva de ativos. Relembra o diretor do FMI, o estouro da bolha financeira em 2008.

Lembra, também, o diretor do FMI que a dívida pública bruta do governo brasileiro esteve em 82,4% do PIB em 2017 e 82,1% do PIB, com ligeiro recuo.  Ainda assim, no horizonte a curto e médio prazo, a dívida pública brasileira tem viés de crescimento com persistente "déficit primário e nominal" desde 2015. Nem é preciso que o diretor do FMI faz nos lembrar a situação fiscal crítica do governo brasileiro, sobretudo o governo da União.  Apesar da Emenda de teto dos gastos, o governo federal não consegue equilibrar as suas contas. E pior, não há perspectiva de que haja equilíbrio das contas públicas no curto prazo. Déficit nominal é pauta bomba para qualquer presidente da República. 

Este ano é o de eleição presidencial. Estamos a terminar o primeiro quadrimestre, mas a economia brasileira anda patinando. Infelizmente, o governo Temer, apesar da promessa da "ponte para esperança" com as reformas estruturantes, não conseguiu realizar quase nenhuma, com exceção da reforma trabalhista.  Considero como positivo no governo Temer, apenas a política monetária adequada, que levou à baixa da inflação no patamar comportado, ao redor de 3% ao ano. 

O déficit fiscal apontado como crucial para todos os países, sobretudo para o Brasil, um país emergente, que continua crescente em razão da taxa de juros básicas reais acima de 3% ao ano. O déficit nominal que é soma do déficit primário mais juros e encargos da dívida pública bruta, aponta qualquer número como acima de R$ 300 bilhões, correspondente a cerca de 4% do PIB. O número é extremamente preocupante!

É de se esperar que o principal tema da campanha eleitoral dos presidenciáveis deste ano, seja a política econômica que contemple de frente o principal problema da política econômica que é o "déficit nominal" crescente.  Nenhum candidato à presidência da República poderá ser levado a sério, se no programa do governo não levar em conta o tema tão explosivo.  De bravatas e conversas fiadas já estamos cheios!

O maior problema do Brasil é o déficit nominal. 

Ossami Sakamori

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2 comentários:

Adalberto Day disse...

Professor Ossami
Durante esses últimos 13 anos de desgoverno, pagaram a dívida externa e se enalteceram com este fato, claro que logo em seguida retornou. Mas tenho dito também que pagar a dívida externa não tão complicado, difícil mesmo são os internos, ou seja a dívida interna. Dou em minhas palestras um exemplo simples de comentar sobre nossos próprios gastos dentro de nossa casa. Assim é a dívida pública, um devendo para o outro e não se consegue solucionar o problema, tirando as corrupções e outros instrumentos danosos à nossa sociedade, diria que nossos presidentes desde 2004 para cá não estão sabendo administrar sua própria casa, imagina a dos outros, que é nosso Brasil. São urgentes reformas, sejam populares ou não, o Brasil precisa ser passado a limpo. Políticos mal intencionados que são a maioria, não se comprometem com reformas radicais e necessárias para um engrandecimento de todos, pois temem perder seus eleitores. A continuar assim não acertaremos nossas dificuldades nunca. O Brasil não avança pois criamos muitas teorias maléficas tipo "Levar vantagem em tudo" , sendo assim o reflexo do povo é o reflexo dos politico que ai estão ou estão por vir. Estamos em uma guerra civil e nem percebemos, pois estamos inseridos nela. Um dia desses fui entrevistado por repórter de TV ao vivo e quase caiu o canal, na realidade foi interrompido, quando ao ser perguntado se tinha candidato, respondi que não, e não sabia para quem votar ; a repórter então indagou, vote no menos pior; respondi me diga quem é o menos pior? Menos pior já demonstra que é ruim, é apenas menos, um absurdo isso. Um povo quando perde em sua maioria a vergonha de ser honesto, acaba em um buraco sem precedente.
Adalberto Day cientista social e pesquisador da história em Blumenau

Adalberto Day disse...

Continuando ...
Estamos em uma convulsão social, em uma desordem institucional.
Escrevi este artigo em 1990 e me parece que nada mudou é atual ainda.
O momento que estamos vivenciando nas questões políticas, corrupção desenfreada, e um “aparente comando” dos que estão a margem da sociedade, devem servir como um alerta para aquilo que todos almejam, um futuro melhor.
Devemos ir a luta para uma mudança em nossa sociedade, que hoje é fraca , e que reflete o atual quadro que se apresenta, através de alguns políticos. Não adianta só por a culpa nos governantes, porque a eles atribuímos nossos votos. A maioria da sociedade é justa, honesta, porém "O que preocupa não é só o grito dos maus, mas o silêncio dos bons. Para que as forças dos marginais triunfem, basta apenas que as pessoas de bem não façam nada".
Quando a força do bem prevalecer, uma sociedade mais politizada, teremos então um bom governo, pois será dessa sociedade, que escolheremos nossos representantes. O governo sempre é o reflexo da sociedade.
Quero aqui reafirmar o que Herbert de Souza, o “Betinho” de saudosa memória, vinha sempre alertando, “possuímos mais de 20 milhões de cidadãos abaixo da linha de pobreza, Como também dizia que a Elite é o Pai e a Mãe da miséria, e se cada um de nós fizermos alguma coisa, vamos mudar esse Brasil”. E dizer que mudar o futuro depende de como se pensa o presente.
Só pensamos na mudança, depois que acontecem os problemas, quando o correto seria a prevenção, um planejamento para evitar a convulsão social que pode chegar ao caos. É só observar o problema histórico na educação, e os sistemas penitenciários.
A má distribuição de renda, maior problema nacional, como também do atraso na questão da reforma agrária, só será amenizado se melhorarmos a qualificação da nossa mão de obra, e isso só serão possíveis, com ação eficaz do Estado na educação básica. Entendemos que uma melhor distribuição de renda só vai acontecer quando a educação escolar básica for ofertada a todos e com boa qualidade, proporcionando igualdades de condições, qualificando melhor a mão de obra e como conseqüência um aumento do preço da mão de obra não qualificada, por diminuição de sua oferta.
- A Educação, sabemos, é dever do Estado e, vemos com os "bons olhos da esperança", que um dia cada criança, futuros cidadãos brasileiros, possam ver isso se tornar realidade.
Diante de tanta desordem institucional, não podemos permanecer passivos, de braços cruzados, precisamos participar, deixar de ser omissos. A sociedade sem participação é fraca, oprimida, e desunida, torna-se palco das discussões mais polêmicas, de intrigas, todos sabem o que falta, mas não encontram o caminho. A forma de fazer, e as soluções não saem do chão, por falta de iniciativa e liderança. Precisamos ser organizados, idéias as mais diversas, diferenças de toda ordem fazem parte de qualquer grupo social. Ao juntar-se a fé, a esperança de cada indivíduo, podemos dizer que vivenciamos a verdadeira fraternidade, sonhada por todos nós. Não devemos cair no descrédito, isso fará com que percamos a esperança. Vamos fazer nossa parte.
Adalberto Day cientista social e pesquisador da história em Blumenau