Banco Central anunciou ontem, dia 6 de junho, que vai prorrogar o programa de contratos de swap cambial tradicional. Este programa foi lançado em 2013 e o prazo iria terminar no dia 30 de junho. Banco Central não informou o detalhe do programa, nem tão pouco o volume do programa.
Como quase tudo no Brasil as notícias importantes não ganham destaque, nem comentário de analistas econômicos conhecidos. Gostaria muito de ter ouvido comentário do Henrique Meirelles, do Armínio Fraga, do Samuel Pessôa e tantos outros que costumam fazer críticas à "nova matriz econômica" da Dilma. Não vão comentar, não?
Primeiro de tudo, vamos esclarecer que os contratos denominados "swap cambial" tradicional, não é contrato de venda de dólares no futuro. A imprensa, muitas vezes, finge de morto e não comenta o caso. Definitivamente, vou esclarecer aos meus leitores. Os títulos "swap cambial tradicional" são títulos em real que tem liquidação em real (R$), tanto na compra como na venda. Apenas o título "swap cambial tradicional" é remunerado conforme variação do dólar no período, seja para baixo ou para cima.
No mercado financeiro, o "swap cambial tradicional" é utilizado como "hedge" ou "proteção" à variação cambial no período de vigência do título. A venda de "swap cambial tradicional" pelo Banco Central evita antecipação de fechamento de câmbio de diversas operações atreladas ao dólar. É uma espécie de colchão de proteção para empresas ou pessoas que tem exposição em dólares. Evita a corrida de compra de dólares no mercado à vista, puxando a cotação para cima. Isto é como um "fake" de dólar. No dia do vencimento, você recebe não o dólar, mas o real equivalente à cotação do dólar no dia da liquidação.
O swap cambial tradicional ainda tem uma característica diferente dos títulos do Tesouro. A emissão desses títulos é feito pelo Banco Central, portanto não entram no saldo da dívida interna líquida. Em tese, o governo "faz de conta" que os títulos denominados "swap cambial tradicional" são como se fossen dólares que o Banco Central vendem para entrega futuro. Só que não entrega o dólar, mas sim o real equivalente à cotação do dólar no dia da liquidação, como foi dito antes.
Em 2013, após o "dia do cão", 30 de maio de 2013, o governo Dilma lançou programa de venda de títulos swap cambial no montante de US$ 100 bilhões, equivalente ontem a R$ 226 bilhões. Sim, o Banco Central deve ao mercado os R$ 226 bilhões, não os US$ 100 bilhões. Estes dólares que o governo insiste em dizer que é venda de dólares, não são venda de dólares. Os títulos, como eu já disse acima, são "fakes" do dólar. Tem cara de dólar, mas não é dólar.
O anúncio da prorrogação do programa de venda de "swap cambial tradicional" demonstra claramente que o governo Dilma pretende segurar o dólar. Isto é um dos mais importantes equívocos da política econômica (sic) do governo Dilma. O governo Dilma, com estas e outras medidas anunciadas como isenção de IOF sobre empréstimos em dólares, pretende "engessar" o dólar no atual patamar.
Estes conjuntos de medidas para "engessar" o dólar faz parte do esforço do governo Dilma em tentar conter a inflação dentro do teto da meta do governo de 6,5% em 2014. Faz também parte do pilar da política econômica ou matriz econômica equivocada da Dilma de produzir "sensação de bem estar" e "sensação de poder de compra" da população. Custe o que custar!
No meu entender, o "engessamento" do dólar é um tiro no pé para o País. Provoca desestímulo à produção agrícola, provoca menor receita para exportadores de minérios, provoca "desindustrialização" e consequentemente criação de menos empregos no Brasil. Com as medidas anunciadas, governo Dilma, insiste em criar empregos no "exterior". Estão felizes os chineses com o "engessamento" do câmbio pelo governo Dilma. Não vem que não tem. A realidade é esta!
O principal problema do Brasil é o real valorizado ou o dólar desvalorizado artificialmente, conforme demonstrado acima. O dólar está defasado. Considerado inflação do período, desde o início da implantação do real, o dólar deveria estar cotado a R$ 3,30. Lembrando que no primeiro ano do governo Lula, o dólar estava cotado a R$ 3,50, sem correção de inflação do período. Dólar fechou ontem em R$ 2,26. E o governo insiste em manter a cotação do dólar neste patamar, utilizando-se de diversos instrumentos da política monetária.
Quem te contou que real tem poder de compra?
Em qual moeda você confia ?
Desculpem-me os leitores, pela utilização de alguns termos economês, para tentar explicar sobre o "principal" equívoco da política econômica (sic) da Dilma.
Resumindo. A Dilma & Lula são vendedores de "ilusões"!
Ossami Sakamori
5 comentários:
Show de bola meu amigo. Pouquíssimas pessoas sabem como isso funciona!
Se a população soubesse o que o governo faz, especialmente o PT, esses governantes e legisladores seriam enforcados em praça pública, como já aconteceu em vários momentos da história da humanidade.
Infelizmente esse governo já comprometeu com dívidas impagáveis, o futuro de nossos filhos e netos.
Parabéns. Essa questão do dólar com cotação abaixo do valor real é de fato preocupante. Aqui nós estamos fazendo exatamente o contrário do que faz a China. Lá com o objetivo de estimular a produção interna e as exportações o Governo mantém a moeda do país desvalorizada em relação ao dólar, estimulando a produção industrial e gerando emprego e renda para a população. De qualquer modo, não pretendo me adentrar muito nessa material já que não sei exatamente o que tem por trás da política econômica do Governo. Só que o meu ponto de vista em relação a essa matéria coincide com o seu. Aqui no Brasil, infelizmente, o sujeito assume um cargo público, comete equívocos de toda natureza, dá prejuízo de bilhões ao país, e ao final não acontece nada. Uma coisa é certa: temos muito ainda a fazer para melhorar o nosso país, a começar por uma melhor Educação para todos. Se alguém deseja conhecer o nosso blog acesse: www.ideiasefatostucujus.blogspot.com.br
Comentário pertinente. são mais R$ 226 bi na dívida fora outras cifras escamoteadas pelo mantega. a continuar esse trend negativo, vamos voltar em breve para o FMI. 2015 será um ano de ranger de dentes. GOD SAVE US!!
Obrigado por explicar tão bem essa história do câmbio do dolar vs real. Eu não entendia nada em como era possível o real estar tão forte em relação ao dolar no nosso câmbio quando o nosso PIB è pifio.
Vamos fazer uma cruzada para derrubar as máscaras e buscar de volta o voto de papel,como ocorre fora da banania;fora isso é enxugar gelo...
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