Serei breve nos comentários de hoje. Não é necessário ser um grande conhecedor da macroeconomia e nem ser o expert no mercado financeiro internacional para analisar os possíveis reflexos da quebra da maior empresa incorporadora de imóveis da China. Este filme, nós já vimos em 2008, com quebra do banco Lehman Brothers, devido ao contágio de inadimplência dos devedores hipotecários nos Estados Unidos. Evergrande é uma empresa incorporadora chinesa, que construiu mais do que havia a demanda de compradores, endividando-se no mercado financeiro internacional para seu projeto de expansão.
O caso de Evergrande é semelhante à crise hipotecária de 2008. À época, Lehman Brothers pediu socorro ao governo americano para se safar da inadimplência dos devedores hipotecários, no que não foi atendido. O governo americano, à época, deixou que o próprio mercado financeiro absorvesse a inadimplência dos empréstimos hipotecários, tal qual o governo chinês reluta em socorrer o Evergrande. O governo chinês está deixando, ao contrário do que se imaginava, que o próprio mercado absorva o prejuízo do Evergrande, tal qual fez o governo americano ao Lehman Brothers em 2008. Até leigo pode prever o que pode acontecer com o Evergrande e as consequência que o "caso" pode trazer ao mercado financeiro internacional.
O Brasil, infelizmente, é um país de "oba-oba". Em plena crise de pandemia, iniciada em março de 2020, as grandes incorporadoras e construtoras vem lançando empreendimentos na direção contrário à ccriação de novos empregos. As nossas "Evergrandes" estão baseando a demanda nos "clientes especuladores", tal qual a Evergrande chinesa fez. Na conclusão das obras, vão aparecer os inadimplentes, que não terão condições de assumir o financiamento das unidades compradas. Vai deixar a "buxa" para os nossos Evergrandes. Mais dias, menos dias, o País vai assistir o estouro da "bolha imobiliária", tal qual a incorporadora chinesa está sentindo no presente momento.
O estouro da bolha imobiliária no Brasil está próxima.
Ossami Sakamori
Em 2008, a família do venezuelano Jesús Rodríguez devia US$ 240 mil em pagamentos de um apartamento nos Estados Unidos. O imóvel, no entanto, valia US$ 49 mil. O descompasso foi vivido por muitos americanos naquele ano, marcado pela eclosão de uma crise financeira mundial a partir da explosão da bolha imobiliária nos Estados Unidos.
Nesse cenário, o estopim para a crise de confiança se alastrar foi a quebra do banco Lehman Brothers, que completa 10 anos neste sábado (15). O mercado já vivia dia de temores em relação ao risco de falência das instituições financeiras em meio ao aumento da inadimplência no crédito imobiliário, e o pedido de concordata do Lehman Brothers deu início ao movimento de contágio da crise financeira sobre a economia em todo o mundo.
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