terça-feira, 12 de outubro de 2021

Inflação no Brasil é preocupante!

 


Segundo o Boletim Focus do Banco Central, após consulta feita aos analistas financeiros, pela 27ª semana consecutiva, revisaram suas projeções para IPCA - Índice de Preços ao Consumidor do IBGE, índice de inflação oficial, na data de ontem, dia 11, a inflação oficial deve encerrar o ano de 2021 em 8,59%, bem acima da meta do Banco Central de 3,75%.  O índice para 2022 também foi puxado para cima pela 12ª semana consecutiva. A estimativa do relatório é que o IPCA encerre o próximo ano em 4,17%.
          As altas já eram esperadas após a divulgação do IPCA de setembro, que acelerou 1,16% no mês, acumulando alta de 10,25% em doze meses.  Essa foi a primeira vez que a inflação atingiu dois dígitos desde 2016 e a maior para o mês desde 2016 e a maior para o mês desde 1994. O que me preocupa é que a projeção do IPCA para 2021 está longe da meta de inflação do Banco Central de 3,75%. 
          As causas para aceleração da inflação são diversas, vão desde aumento do preço do petróleo no mercado mundial, bem como o aumento do preço de commodities no mercado internacional.  Segue a tabela de alta dos preços no varejo nos últimos 12 meses.


          O consolo para os brasileiros é que a inflação tomou conta do mundo global, relativizando o problema interno do País.  Segue gráfico de inflação na porta de fábrica na Europa no período que abrange a pandemia Covid-19.  Isto não pode ser suporte para desculpas do descontrole da economia no Brasil.


        A responsabilidade da política monetária é do Banco Central, em qualquer país do mundo.  Campos Neto, presidente do Banco Central, vem administrando a política econômica com competência, moderadamente.  O aumento gradual da taxa Selic é uma política adequada para inflação em alta, mas, no meu entender, insuficiente.  Como já manifestei na matéria deste blog, Entenda taxa Selic, o Banco Central tem outro instrumento eficaz para combater a inflação que é o "depósito compulsório" das instituições financeiras sobre aplicações diversas.  No entanto, não vejo atuação do Banco Central neste quesito importante para combate à inflação.

           Não, não é uma tarefa fácil, executar política monetária que vise o crescimento econômico e ao mesmo tempo controlar a inflação.  Ainda, há tarefa do Banco Central de manter o dólar atrativo, isto é, dólar valorizado ou o real desvalorizado, para manter competitivo as exportações de produtos primários como minérios e grãos.  No entanto, apesar da dificuldade, no meu entender, o Banco Central, deveria atuar mais fortemente para manter o "Plano Real", sob pena de perder o controle sobre a nossa moeda.          

         Em tempo: A diretora de Assuntos Internacionais e Gestão de Riscos Corporativos do Banco Central, Fernanda Guardado, afirmou nessa segunda-feira, dia 11, que a autoridade monetária fará “o que puder” para levar a inflação para a meta em 2022. A declaração ocorreu durante evento virtual realizado pelo IIF (Instituto de Finanças Internacionais).

          No entanto, o nível de inflação no País está no limite crítico. Inflação de dois dígitos é inaceitável para qualquer moeda.  Se não houver controle pelos mecanismos mencionados neste blog, o Brasil poderá entrar num círculo vicioso conhecido como "estagflação" que é somatória de estagnação e inflação.  Esta situação é visível nos países como Venezuela e Argentina. É urgente fazer a "correção" necessária e o Campos Neto, presidente do Banco Central, sabe muito bem disto.  Porque não a faz, é uma incógnita.

        Por outro lado, é visível a ausência do Ministério da Economia na discussão sobre o tema, apesar de ser a mais grave desde criação do Plano Real.  A discussão sobre o controle da inflação, parece estar passando, também, ao largo do Palácio do Planalto.   Estabilidade da moeda nacional, no nosso caso o "real", que é fundamental para a estabilidade política de um país, que digam os ingleses e os norte americanos. 

          Ossami Sakamori        









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