Foi no dia 15 de março de 2001, o rompimento de um tanque de drenagem de emergência danificou uma série de componentes da plataforma P-36, provocando o vazamento de gás e uma segunda explosão, que matou 11 funcionários da brigada de incêndio e levou ao naufrágio da plataforma. Passado 20 anos do acidente, a estatal Petrobras parece ter entrado numa fase de grandes lucros, uma boa parte garantido pelo monopólio da exploração do petróleo no País.
A Petrobras tem sido favorecido pelo sucessivo aumento do preço internacional do petróleo, porque pratica o preço "paridade" ao preço internacional do petróleo, na ponta do consumo. Dane-se o consumidor! À essa altura, a Petrobras comporta-se como uma empresa privada, mesmo tendo o seu presidente General do Exército, da reserva, nomeado pelo presidente da República, auferindo salário de R$ 270 mil, cada fim do mês.
A boa notícia para a Petrobras e aos seus acionistas, é que a tendência do preço de barril de petróleo é alcançar a média histórica não tão distante de US$ 100 cada barril de petróleo tipo Brent, conforme pode ver no gráfico acima. A nova fase da economia mundial, pós pandemia da Covid-19, faz o petróleo buscar novo patamar de equilíbrio do mercado. Para tanto, conta com empurrão dos Estados Unidos, que utiliza o gás extraído do xisto, abundante no território, cujo custo de produção é alto em relação ao custo de produção do petróleo da Arábia Saudita, por exemplo. Arábia Saudita é o maior produtor de petróleo do mundo, com estimativa de 300 bilhões de barris.
Voltando ao petróleo do nosso "pré-sal", a notícia da alta do óleo no mercado mundial agrada sobremaneira à Petrobras porque o custo de produção do "pré-sal" está acima de US$ 30 cada barril, segundo fontes internas da Companhia. Curiosamente, a Petrobras exporta toda produção do pré-sal, porque não há refinarias no Brasil que processam o petróleo pesado como do nosso pré-sal. O Brasil importa o petróleo leve no mercado internacional, ao preço do mercado. A Petrobras produz cerca de 3,1 milhões de barris/dia de petróleo, volume equivalente ao consumo estimado do País.
A Petrobras, por outro lado, é uma verdadeira "caixa preta", difícil de desvendar a real situação econômica e financeira, uma vez que a "holding" internacional está na Holanda é que cuida da comercialização, importação e exportação de petróleo, com filial em Singapura, um paraíso fiscal. Esta super estrutura, com diversas ramificações no mundo a fora que permitiram, no passado recente as falcatruas que somam muitos US$ bilhões.
Pelo histórico da Companhia, nada garante que um General do Exército, de reserva, com salário de R$ 270 mil/mês, tenha capacidade de desvendar os "submundos" da estrutura da Petrobras. Na minha opinião, o General Silva e Luna não passa de um "fantoche" para acalmar o mercado financeiro. Enquanto isto, apesar da Petrobras produzir petróleo suficiente para abastecer o Brasil, o povo brasileiro paga o combustível mais cara do mundo, grande parte devido a incidência de impostos de toda ordem.
Desta forma, é previsível que o preço do combustível venha subir nos próximos meses ao redor de 25%, nominal, isto se a inflação e o câmbio se comportarem nos níveis previstos pelos agentes financeiros. O litro de gasolina vai para R$ 10, ainda em 2022.
Ossami Sakamori
Nenhum comentário:
Postar um comentário