Na matéria deste blog Entenda taxa Selic mostra a função da taxa básica de juros Selic dos títulos do Tesouro Nacional como sendo instrumento importante da "política monetária" do Banco Central para o controle da inflação. O Banco Central dispõe, além da taxa Selic, um outro instrumento importante que são os depósitos compulsórios dos bancos, recolhido ao BC, com finalidade de contrair a liquidez do sistema financeiro nacional. Faz algum tempo que o Banco Central não utiliza este instrumento, eficaz, para executar a política monetária. Não saberia responder o motivo de não recorrer aos depósitos compulsórios.
O fato visível é que o Banco Central, hoje, independente do governo, dá recado ao Ministério da Economia de que é mais que importante seguir uma política fiscal "sob controle" ou relativo "controle" para que a inflação não exploda, diminuindo o poder aquisitivo de compra, da maioria da população. A elite econômica, se acomoda a qualquer situação.
Nas matérias anteriores, tenho chamado atenção sobre o "déficit primário" ou o "rombo fiscal", o dinheiro que falta para cobrir os gastos do Orçamento Fiscal. Desde crise econômica, a pior dos últimos 100 anos, de 2014/2015, o País vem gastando mais do que arrecada, tornando o volume de dívida pública, a do Tesouro Nacional, se aproximando do PIB - Produto Interno Bruto. Se o Brasil não consegue pagar nem as despesas correntes, como de saúde pública, educação e segurança, desde 2014, sem emissão de títulos do Tesouro Nacional, a conclusão cristalina é de que não consegue sequer pagar os juros da dívida pública. Enquanto pode, o País vai "rolando" o estoque da dívida pública que ultrapassa perigosa marca de R$ 5,7 trilhões, líquidos, com agravante de que o prazo médio de vencimentos destas dívidas é de pouco mais de 4 anos.
A alta da taxa Selic, apenas indica a situação delicada que passa o País atravessa com inflação crescente e indicativo de baixo crescimento econômico. A esse fenômeno conhecido, denominamos de "estagflação", a soma de estagnação com inflação. O ano de 2021 vai terminar, com inflação apontando para próximo de 10% ao ano e com crescimento econômico ao redor 4,5%. Convém lembrar que o Brasil teve recessão de 4,1% em 2020. Os analistas de principais instituições financeiras, estimam o crescimento do País, pouco acima de 1% em 2022. Isto é, o País quase parando, com inflação alta, pelo menos de partida.
Fica alerta aos formuladores da política econômica do governo, o Ministério da Economia, de que a "estagflação" será realidade em 2022. A ausência de uma política econômica consistente é uma realidade. Banco Central está fazendo a sua parte.
Ossami Sakamori
2 comentários:
Tamos lascados
Vamos por as barbas de molho
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