Crédito da imagem: Estadão
Segundo a Procuradoria Geral da Justiça, que pediu ontem a abertura de inquérito contra presidente Michel Temer por "corrupção passiva", cita o diálogo mantido por um dos principais executivos do grupo JBS, o Ricardo Saud. Segundo o delator, numa reunião na residência particular do Michel Temer, o presidente teria dito ao executivo da JBS, em se referindo a distribuição de "propinas": "E para mim? O que tem?".
Segundo a grande imprensa, é a primeira vez que um presidente da República, no exercício do cargo é objeto de pedido de inquérito policial por "crime comum", no caso ao de "corrupção passiva". O pedido da abertura do inquérito policial vai à apreciação do relator dos processos Lava Jato ou o plenário do STF, que deverá solicitar à Câmara dos Deputados, autorização para a abertura do processo. Isto é o rito previsto na Constituição da República. Isto deverá ocorrer sem prejuízo do recesso do STF.
Para que a autorização seja aprovada na Câmara dos Deputados será necessário 342 votos à favor, dentre 513 deputados. O processo ocorrerá tal qual, a autorização para que o Senado Federal julgasse o processo de impeachment da ex-presidente Dilma. O rito de autorização ou não da abertura de inquérito é extremamente desgastante uma vez que o processo passa pela apreciação e votação na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. Certamente, as sessões serão televisionadas pelas grandes emissoras de televisão, constrangendo os deputados na decisão a poucos meses antes das suas próprias eleições. Após a manifestação pela Comissão de Constituição de Justiça o processo será votado pelo plenário da Câmara dos Deputados, onde a votação será feito nominalmente.
No caso de autorização pela Câmara dos Deputados, o presidente Temer será afastado do cargo de presidente por 180 dias e assume o cargo o primeiro na linha de sucessão, o presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia. Na sequência, o Rodrigo Maia, em 30 dias, deverá promover "eleição indireta" para presidente da República "tampão", com votos de senadores e deputados que compõe o Congresso Nacional.
Como o Procurador Geral da República vai fatiar a denúncia, é certo que esta situação constrangedora deverá ocorrer pelo menos, até o momento, em mais duas votações. Sem contar com a possível delação do Funaro, o Procurador Geral Rodrigo Janot tem ainda dois pedidos de inquéritos em preparação, objeto da delação do grupo JBS. Nos próximos três meses, tudo pode acontecer na área política. Inclusive a renúncia do próprio Michel Temer.
Temer: E para mim? O que tem?
Ossami Sakamori
3 comentários:
Estamos em pleno Estado Cleptocrático de Direito, onde tudo está dominado e o povo escravo das quadrilhas políticas que se revezam para permanecer incólumes no poder. País sem futuro e povo morto.
Sem julgamento de ninguém, isso tudo foi armado. Enquanto isso o Lula e seus sócios, açougueiros, continuam livres e soltos...
E essa gente IMUNDA cuida das verbas da saúde, das verbas da merenda das crianças, das verbas para segurança, estradas etc. Que nojo!
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