Cansei de ver amadores na macroeconomia comandando a política fiscal que o atual ministro da Fazenda insiste em chamar de arcabouço fiscal, como se a mudança na denominação do velho problema do País pudesse resolver como "num passo de mágica". Fico mais triste ainda, ver os agentes financeiros e analistas da área econômica, dar ressonância às medidas tomadas pela área econômica do Governo.
Eu já, insistentemente, tenho comentado da ausência de uma política econômica deste Governo que englobe as ações do próprio Governo federal, dos governos estaduais, dos governos municipais, além de incluir todos setores produtivos do País, que afinal contribui com os "impostos" e "contribuições" para manter a pesada máquina pública brasileira.
O setor público responde por cerca de 12,5% do total de 91,18 milhões de pessoas empregadas no País. Para manutenção deste pessoal, o Governo federal gastou em 2023, cerca de R$ 369,4 bilhões, contando somente o pessoal na área federal. Para um país que, as necessidade de investimentos públicos em todas áreas de sua jurisdição, dispende como a Suécia em termos de gastos públicos e presta serviços equivalente ao da República de Burundi na África.
Nos comentários anteriores, falei da política econômica ou ausência dela, comentei sobre a política fiscal, que o ministro da Fazenda mudou a denominação para arcabouço fiscal, como uma forma de "enganar" os próprios analistas econômicos menos avisados ou menos preparados.
No rol de "escaninhos" da economia como um todo, não comentei ainda sobre a política monetária, que tem a função, sobretudo, do controle da inflação. Manter a inflação sob controle é o mesmo que manter o "poder de compra" da população. Esta função é do Banco Central ou do COPOM, que funciona sob sua guarda-chuva. A função do Banco Central ou do COPOM é manter o "poder de compra" da nossa moeda, o real, hoje, sob comando do Campos Neto, cujo objetivo principal é manter a "inflação" sob controle. O Banco Central trabalha com meta de inflação de 3,5% e pratica taxa básica de juros Selic, dos títulos do Tesouro Nacional, ao nível de 10,5% ao ano. Hoje, a inflação está no patamar abaixo de 5%, muito próximo da meta do Banco Central.
No meu entendimento, o controle da inflação e a política econômica clara são as espinhas dorsais para crescimento econômico sustentável ao longo do tempo. Sem a política econômica, o Brasil está como caravelas do Cabral perdidos na imensidão do mar ao caminho das Índias.
Ossami Sakamori
Nenhum comentário:
Postar um comentário