Nenhuma novidade neste final do ano, a não ser a aprovação do Orçamento da União para o próximo ano, 2024, que é mais uma peça de ficção do que uma previsão de receitas e gastos do Governo federal para o próximo ano. O orçamento da União deste ano, 2023, deve terminar com gastos acima da receitas em R$ 175 bilhões, segundo o Ministério da Fazenda. Isto é o já nosso conhecido "rombo fiscal".
O "rombo fiscal", como eu costumo designar, não inclui o pagamento dos serviços da dívida pública, cujo montante está acima de R$ 6,2 trilhões, em valor líquido. A dívida do Tesouro Nacional é "impagável", hoje, acima de 60% do PIB, que registrou R$ 10,1 trilhões em 2023. O fato é que o "arcabouço fiscal" do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em nada serviu para atenuar os gastos públicos. A designação "arcabouço fiscal", termo designado para substituir a "política fiscal", foi para camuflar os gastos públicos, pois, o primeiro ano do Governo Lula, deve terminar com o "rombo fiscal" de R$ 175 bilhões.
Voltando ao assunto da taxa Selic, a taxa básica de juros que será remunerada pelo Banco Central, à partir de hoje, deverá ser de 11,75% ao ano, com viés de baixa. Para a inflação acumula de 4,68% nos últimos 12 meses, ligeiramente acima da meta de inflação de 3,25% para o ano de 2023, é uma remuneração que agrada os "agiotas" nacionais e internacionais. A remuneração do dinheiro muito acima da inflação, desmotiva o setor produtivo e motiva os "agiotas" internacionais continuarem aplicando os dinheiros disponíveis em títulos do Tesouro Nacional.
Na ausência de uma "política econômica" delineada pelo Governo Lula, o setor produtivo, deixam os seus recursos aplicados em títulos do Tesouro Nacional ao invés de arriscar em suas atividades produtivas e que criariam empregos e renda para a classe média da população brasileira. Juros altos contentam os magnatas da Avenida Paulista e os banqueiros nacionais e internacionais.
Chegou mais um fim do ano e não vejo nenhuma iniciativa do Governo Lula para mudar esta situação, traçando uma "política econômica" que reanime o setor produtivo do País. O que se vê, é Presidente Lula anunciando o seu novo PAC, com aumento de gastos públicos ao invés de anunciar uma "política econômica" que leve o setor produtivo do País a investir em produção, criando renda e empregos.
Hoje, o povo brasileiro está mais preocupado em sabatina do ministro Flávio Dino para o STF, pelo Senado Federal, do que com uma "política econômica" que tire o País da penumbra do "ostracismo", apesar de ter o potencial para ocupar um lugar no G-7. Mais uma vez, o Brasil se contenta em ser a sede do G20, um grupo de "aspirantes" ao grupo das 7 maiores economias do mundo. O Brasil sofre do "síndrome do cachorro magro".
Ossami Sakamori
Um comentário:
Exatamente isto , concordo plenamente!!!
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