sábado, 6 de março de 2021

Ministros da economia medíocres é a sina do País


As pessoas que tem a mínima noção de macroeconomia sabem que, apenas o programa "auxílio emergencial" a ser aprovado pelo Congresso Nacional nos próximos dias, está longe de colocar o Brasil na rota do crescimento sustentável ao longo do tempo.  O programa que prevê R$ 250 para cerca de 44 milhões de pessoas que estão à margem do trabalho formal, representa injeção de R$ 44 bilhões para o consumo.  Vale como programa social, mas não vale como propalado estímulo ao crescimento econômico.  O valor é como uma gota d'água no oceano de necessidades.  O pior de tudo isso, é que o ministro da Economia, Paulo Guedes, defende a ideia de que o "auxílio emergencial" é a porta de saída da crise econômica, que vem desde a "quebra" do País em 2015.  Mais uma falácia do ministro da Economia, para enganar o presidente da República, este último, neófito e pouco interessado  em macroeconomia.  
          Vamos lembrar que, em 2020, para tirar o País da pandemia Covid-19, o governo da União, injetou R$ 600 bilhões na economia, extra Orçamento Fiscal de 2020.  Mesmo com a injeção da vultosa soma, conseguido através de endividamento do Tesouro Nacional, a economia do Brasil teve retração de 4,1% em 2020, tirando o País da 8ª economia do mundo, ultrapassado que foi pelo Canadá e Coreia do Sul.
           Esquecem os formuladores da política econômica do País de que o Brasil vem de um brutal recessão econômica que deu início em 2015.  Nesse período, o Brasil encolheu, em termos reais, mais de 27% em comparação com o tamanho do PIB de 2014.  O Brasil tem um desafio a vencer, isto é, eliminar o "gap" ou o "fosso" que nos separa dos países desenvolvidos, antes de comemorar o pífio "gasto público" destinado aos menos favorecidos.  A crítica não é propriamente sobre o programa "auxílio emergencial" para população desassistida.  O que reclamo é a "ausência" de programas de estímulo à economia tal qual está sendo implementados nos países do primeiro mundo.  O que é bom, se copia.  Ou seremos, definitivamente, um país do terceiro mundo. 
         Para o Brasil, como nação, independente dos governos de plantões, necessita urgentemente acompanhar as medidas macroeconômicas que está sendo implementados pelos países mais ricos do mundo, sob pena de ficar ainda mais distante deles.  Só para se ter ideia, os Estados Unidos discutem estímulo de US$ 1,9 trilhões ou grosso modo, R$ 10,6 trilhões, equivalente a cerca de 10% do PIB deles, para uma população de 330 milhões habitantes.  Na outra ponta geográfica, o Reino Unido vai injetar $ 65 bilhões de libras, equivalente a cerca de R$ 500 bilhões para uma população de 68 milhões de habitantes.
      Quando vejo o nosso ministro da Economia, comemorando injeção de R$ 44 bilhões na economia como o início da retomada vertiginosa, "V", de crescimento, me deixa muito triste, por ter de assistir, novamente, o Brasil perdendo posições na economia mundial.  Contar somente com o crescimento  do agronegócio em termos nominais e em termos reais, é como voltar ao século passado em que o País vivia de exportação de café para dinamizar a nossa economia, é um retrocesso sem volta.   Até parece ser a "sina" do Brasil ter governantes medíocres.  
         Infelizmente, a população brasileira, assiste há muitas décadas, a falta de ministros da Economia à altura da Nação, tendo a vocação nata de ser uma potência mundial.  Assistimos, isto sim, a disputa pela mediocridade.  

Ossami Sakamori

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