O Banco Central, contrariando a minha expectativa, promoveu o aumento da taxa básica de juros da economia, a Selic, de 2% ao ano para 2,75%, com aumento de 0,75% em relação à taxa em vigor, após trajetória descendente de quase 6 anos. E ainda, sinalizou o mercado de que poderá vir um novo aumento, no mesmo percentual, na próxima reunião que acontecerá nos próximos 45 dias. O aumento era esperado pelo mercado financeiro em 0,5%. De qualquer maneira, a sinalização dada com a alta de juros é importante para balizar a economia como um todo.
Recentemente, o Congresso Nacional aprovou a lei que dá autonomia ao Banco Central do Brasil. Fica claro, com a medida adotada, a de aumento da taxa básica de juros acima do esperado pelo mercado financeiro, o "descolamento" da política monetária ao da política econômica. A área do Ministério da Economia, qualificou a decisão como "arriscada", com suposta ação para conter a desvalorização do real. Paulo Guedes fez bico, no caso. Ponto para Campos Neto!
O aumento da taxa básica de juros, Selic, com a perspectiva de um novo aumento na próxima reunião, que passará, se confirmar a previsão do BC, a taxa básica de juros a 3,5% ao ano. Como interessado em assuntos da macroeconomia, entendo bem a preocupação do Banco Central. Ao contrário do que maioria dos comentaristas da economia, o objetivo do Banco Central, com o aumento da taxa Selic nos níveis não esperados, não visa apenas conter a valorização do dólar ou desvalorização do real. O objetivo, no meu entendimento, o aumento da taxa Selic, nos níveis propostos pelo Banco Central visa simplesmente conter a inflação, que ressurge como novo perigo para o crescimento da economia. Banco Central, na minha opinião, mirou a "inflação". Banco Central vê como perigo maior a volta da "inflação" que pode inviabilizar qualquer projeto de crescimento econômico. A história nos mostra isto.
A política monetária ao lado da política econômica são peças importantes para conduzir o País ao desenvolvimento sustentável no tempo. Não há política econômica que se sustente no ambiente de inflação alta. Estabilizar o valor da moeda, no nosso caso, o real, é fundamental para fazer planejamento de qualquer projeto econômico, de crescimento econômico sustentável ao longo do tempo. O mercado financeiro, pode até "torcer o nariz", mas fazer o que? O importante é preservar o poder de compra da nossa moeda, o real. Aprovo inteiramente a decisão do Banco Central do aumento de taxa Selic para 2,75%.
Ossami Sakamori
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