segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Dá para comemorar Natal feliz, assim?


Comemorar o que neste Natal?  O Brasil se encontra na maior recessão da história de quase um século. A economia encolheu, em termos reais, cerca de 9% nos últimos dois anos. Pior, não há perspectiva de melhora no curto prazo, apesar das medidas anunciadas com estardalhaço pelo presidente Temer. Crise econômica entra no ano de 2017 com toda força. 

O comemorado PEC 241, "teto dos gastos públicos", nada mais é do que flexibilização da Lei de Responsabilidade Fiscal sancionada em 2000 pelo FHC, que tinha como objetivo consolidar o Plano Real. A contrário do que se alardeia, o PEC 241 vai servir de "piso dos gastos públicos" para os próximos 20 anos. A equipe econômica de Henrique Meirelles, passou a imagem para a população de que o PEC 241 era a solução para todos os problemas do País.  Ledo engano!  O PEC 241 "oficializa" a cobertura dos "rombos fiscais" com emissão de títulos da dívida pública.  É o fim do Plano Real, na prática.

As medidas anunciadas pelo presidente Temer para "estímulo" (sic) da economia não passa do que uma "cortina de fumaça" para esconder a pior crise política que tomou conta do Palácio do Planalto. As medidas anunciadas não resolvem os problemas das pequenas e médias empresas e nem tão pouco os consumidores, como foi anunciado. Pelo contrário, o ministro da Fazenda Henrique Meirelles espera arrecadar R$ 10 bilhões em impostos em atraso, com as medidas anunciadas.

No entanto, os indicadores econômicos de hoje não deixam dúvidas de que o Brasil está na UTI - Unidade de Terapia Intensiva. O número de desempregados ultrapassa 12 milhões e o número de desalentados outros tantos. A soma de pessoas desempregados e subempregados somam mais de 24 milhões de trabalhadores, representando quase 1/4 da força de trabalho. Por outro lado, o número de inadimplentes no comércio ascende a mais de 59 milhões de pessoas, o que corresponde a 40% da população adulta. Os números são mais do que alarmantes. 

Não há nenhuma pessoa de família padrão classe média, que não tenha alguma pessoa próxima atingida pela crise econômica. É urgente, o governo e a própria população sair quanto antes da "bolha de fantasia" criado pelo Palácio do Planalto. 

Dá para comemorar um Natal feliz, assim?

Ossami Sakamori




4 comentários:

daniel camilo disse...

Ou o povo vai pras ruas em multidão e proteste, ou ficaremos reféns desses bandidos: Vejam essa notícia que envergonha: "... No caso da verba destinada aos partidos políticos trata-se de um caso de polícia. Segundo o Valor Econômico, o Relator da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2017, o senador Eduardo Braga (PMDB-AM) aumentou em R$ 509,9 milhões a destinação de recursos da União para os partidos políticos.
Apesar do rombo bilionário no Orçamento, o peemedebista elevou a dotação dos R$ 309,2 milhões previstos inicialmente pela equipe econômica para R$ 819,1 milhões....".

joao trindade disse...

Os bandidos de plantão já se acostumaram com os movimentos populares, igual na Venezuela. Aqui, como lá, o alto comando militar está lá para proteger os bandidos legalizados (leis feitas por êles, para se blindarem e se manterem no poder, AD INFINITUM). Só há um caminho para mudar (piorar, para melhorar). Êsse caminho não será tomado pois nosso povo prefere usar a corrupção para lidar com seu semelhante, em todas as suas ações, achando isso normal, do que se levantar contra o Sistema. Como alguém já escreveu neste blog, somos a REPÚBLICA FEDERATIVA DAS BANANAS. Quem jurou defender a Pátria, defende outra pátria...

Anônimo disse...

Renúncias de arrecadação do INSS somam R$ 330 bilhões em seis anos
Além disso, os dez maiores devedores têm débitos previdenciários que chegam a R$ 350 bilhões

Em via de regra, as empresas descontam 8% do salário do empregado e recolhe, do próprio caixa, o equivalente a 12% da folha para o INSS.

De acordo com o advogado Gulherme Portanova, conselheiro jurídico da Cobap (Confederação Brasileira dos Aposentados e Pensionistas) e membro do Movimento Pela Verdade na Previdência Social, quando se inclui os valores que o governo voluntariamente abre mão de receber a tese de Previdência quebrada cai por terra.

"Nos últimos cinco anos, as renúncias fiscais, desonerações de folha de pagamento, foram de R$ 270 bilhões e que o governo atual já projetou para 2017 uma renúncia de valor superior a R$ 60 bilhões. Isso dá R$ 330 bilhões em seis anos. Se a Previdência está quebrada como é que se renúncia a R$ 330 bilhões? Os dez maiores devedores da Previdência, apenas os dez maiores, devem R$ 350 bilhões para os cofres da Previdência. Tudo dá quase R$ 1 trilhão. Está claro que não existe necessidade de Reforma como essa, ajustes sim. No entanto, sem a retirada de direitos", disse Portanova.

Fonte:http://noticias.r7.com/economia/renuncias-de-arrecadacao-do-inss-somam-r-330-bilhoes-em-seis-anos-19122016

É MUITO MAIS FÁCIL TOMAR DE TRABALHADOR DO QUE COBRAR O QUE O EMPRESÁRIO DEVE.
AÍ ESTÁ O ROMBO DA PREVIDÊNCIA

daniel camilo disse...

A aí, Temer, não vai exigir o cumprimento da PEC do teto? Os vereadores reajustaram os próprios salários e os deputados elevaram em de 100% a verba do fundo partidário. Quem vai ser punido? O trabalhador?