Crédito de imagem: Veja
Ao ouvir o presidente Michel Temer na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, realizada no Palácio do Planalto, cheguei a conclusão de que a Grécia de ontem é o Brasil de hoje. A fala do Temer concentrou, basicamente, em três pontos principais: "a herança maldita", "o teto dos gastos" e "a reforma da previdência". Tentou em vão, desanuviar o horizonte do País. No entanto, o céu do Palácio do Planalto continuam com nuvens negras.
Antes de tudo, a reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social não tem caráter deliberativo. Os membros são convidados pelo Palácio do Planalto. São nomes que frequentam as colunas da grande imprensa, para dar visibilidade maior ainda, para massagear o próprio ego de cada participante e para o Palácio do Planalto passar a impressão à população de que o governo está ouvindo o empresariado. A reunião, na prática é para o "inglês" ver ou melhor para os "otários" (povo) verem.
Michel Temer, após 6 meses e 10 dias de posse no cargo de presidente da República ainda fala em "herança maldita". Isto é discurso para os fracos. Isto é discurso para quem não tem plano de governo que empolgue a população. Para falar com franqueza, o presidente Temer não tem Plano de Desenvolvimento sustentável para o País. Michel Temer é um presidente que não tem carisma para empolgar a população.
Na reunião, Michel Temer deu ênfase na PEC do teto dos gastos como "pilar" do seu governo. Falou, o presidente, de boca cheia como se a PEC do teto dos gastos fosse a solução de todos os problemas do governo. Esquece o prsidente Temer de que já existe a Lei da Responsabilidade Fiscal de 2000 que é mais rigorosa do que a PEC 241. A Lei de Responsabilidade Fiscal do FHC diz, textualmente, que as despesas (incluído juros da dívida pública) não pode ultrapassar a arrecadação. A PEC do teto dos gastos revoga a premissa importante da Lei da Responsabilidade Fiscal de 2000, permitindo a cobertura dos gastos com a emissão de títulos da dívida pública, tanto quanto necessário para cobrir o Orçamento Fiscal de 2016, corrigido monetariamente.
Michel Temer falou da importância da reforma da Previdência Social, que deverá ser pautada para discussão no próximo semestre. O tema merece deste que escreve, atenção especial, para que o País não entre no "buraco negro" (sem saída). Já começamos (este blog) tratar do tema da Previdência com matérias pertinentes, neste mês.
Michel Temer, não falou sobre a saída para a mais grave crise econômica do País, desde 1929, o ano da depressão mundial. Presidente Temer não apresentou, ainda, o Plano de Desenvolvimento sustentável para o País. Os investidores diretos (não especulativos) esperam até hoje, o gatilho ou os gatilhos para o crescimento do País. O que se sabe é um plano de investimento na infraestrutura para os próximos dois anos em cerca de R$ 50 bilhões, com recursos da "inciativa privada". Quanto ao "investimento público em infraestrutura", a própria PEC do teto dos gastos ceifa-o, limita-o, para os próximos 20 anos.
Outro fato que chamou atenção, ontem, foi o da reunião dos governadores para revindicar a participação de R$ 5 bilhões referente ao quinhão da multa decorrente da repatriação dos ativos no exterior. Os governos estaduais estão quebrados e foi mendigar com os pires na mão, o pequeno volume de dinheiro que o próprio STF, em medida liminar, já tinha bloqueado a favor dos governos estaduais e municipais. Vamos deixar claro, a verdadeira situação dos governos: o governo federal espera cobrir o rombo previsto de R$ 170,5 bilhões com emissão de títulos da dívida, mas o governos estaduais e municipais não tem emissão de títulos da dívidas para cobrir eventuais rombos. A desigualdade de tratamento dos entes federados é totalmente desfavoráveis para os estados e municípios.
Enquanto o presidente Temer mantinha reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o IBGE, divulgava a situação do desemprego no País. O número de desempregados, oficialmente, ultrapassou os 12 milhões de pessoas. Ainda o IBGE divulgou a totalidade da população sem emprego e sub-emprego em 21,6 milhões da população economicamente ativa. Se isto não é número alarmante, não sei mais o que dizer. Só posso afirmar que os sucessivos governos, incluindo o do presidente Temer, só se preocupam em manter-se no poder, mandando a população que os elegeram para o último plano de prioridade.
As coincidências com a Grécia, país notoriamente quebrado estão à aflorar: Grécia realizou a Olimpíada, foi benevolente no sistema previdenciário e financiou os gastos públicos com emissão de títulos da dívida pública. Deu no que deu!
As coincidências com a Grécia, país notoriamente quebrado estão à aflorar: Grécia realizou a Olimpíada, foi benevolente no sistema previdenciário e financiou os gastos públicos com emissão de títulos da dívida pública. Deu no que deu!
Diante da situação, chego a conclusão que a Grécia é aqui.
Ossami Sakamori
6 comentários:
Temer é especialista em discursos, fala erudita, gestos finos e postura com certa soberba.
Nada além disso.
Acerca-se de bajuladores, para ter aplauso garantido, mas na prática a coisa não deslancha, aliás, nem começou a andar, apos mais de seis meses.
Começa a dar a impressão que quer superar Dilma em imobilidade.
Ficou tanto tempo ao lado dela, imóvel,quase inerte, que não consegue se movimentar mais.
Chego ate a pensar que ele trama nos fazer ter saudades dela.
Gostei da sua explicação sobre a diferença da PEC do teto e da Lei de Responsabilidade Fiscal. Agora ficou mais fácil eu fazer meus comentários. Pena que a população só assiste Jornais televisivos e acredita na fala salvadora do Presidente Michel Temer e do Meirelles(pupilo do Lula e dos banqueiros). Ledo engano. Outro assunto: Foi difícil ouvir Michel Temer dizer que não será bom para a estabilidade do seu governo, se Lula for preso e, nessa direção estão, também, FHC e Aécio Neves. Ou todos são corruptos ou são "inocentes".
Já vivemos clima de Grécia.
Para sermos uma Venezuela só falta ensinar espanhol ao povo.
Adeus, Brasil (que nunca existiu).
Políticos sem patriotismo, sem personalidade, sem compromisso.
Desde os tempos das Capitanias Hereditárias, o tom da conversa é o mesmo. Nem nos próximos 500 anos o país saí dessa, pois não há foco, nem determinação para enfrentar a realidade.
Nunca foi tão fácil usar o famoso jeitinho brasileiro para fazer de conta que as coisas se resolvam sozinhas.O país vai continuar deitado eternamente em berço esplêndido...
Na foto acima tem mais gente sentada para deliberar(?) que nas passeatas promovidas pela população. Coisa boa não estão tramando.
Infelizmente Temer é a continuidade do que havia no governo PT / PMDB
Cercou-se de _*amigos*_ e está se sentindo um reizinho.
Seu governo está sangrando como aconteceu com a Dilma
Deixou-se ser tomado por Renan
Demorou a falar sobre a herança e agora que sentiu o real tamanho da encrenca começa a choramingar.
Falta-lhe coragem de tomar atitudes que além de acertadas poderiam lhe dar apoio popular
Temos hoje um partido tão podre quanto o anterior no poder
Estão fazendo politicagem do mais baixo nível
Ninguém pensa no país.
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