Por Oswaldo Alves de Siqueira Júnior
Essa
anomalia da natureza denominada José Dirceu de Oliveira e Silva, fez
publicar em seu Twitter o post cuja imagem segue. Não aguentei, lancei
mão do Twishort, que admite textos com mais de 140 caracteres, e escrevi
uma resposta cujo inteiro teor está logo abaixo:
Íntegra do texto resposta ao twitter do sr. José Dirceu.
@BlogdoZeDirceu: "Punhos cerrados desafiam a direita". Esse o "lead" do seu post que sugere a leitura de um texto apresentado por um link anexado.
Permita-me discordar. Punhos cerrados e erguidos sobre a cabeça não intimidam, tampouco enaltecem quem quer que seja. Trata-se de um simbolismo decrépito, anacrônico, com severo grau de obsolescência.
De pronto considere-se que a nomenclatura atribuída a contrapostos em ideologias eivadas de enganos e mentiras é, no mínimo, uma sandice recalcitrante, despropositada, obtusa. Não esclarece, não propõe. Apenas se resume em indicar sentidos opostos de uma mesma direção: esquerda, direita.
Lembremos que numa dada direção há sempre dois sentidos opostos, ou mais ao gosto dos simplistas, há mão e contramão.
Indo ao cerne que me move redigir este comentário, declaro que irrita ao mais temperado humor ver o debate canhestro, imbecil, desprovido de inteligência que anima os dois lados em contenda.
Falta caráter, hombridade, dignidade, espírito público e, quantos mais valores se possa enumerar, em ambas as aldeias beligerantes.
Costumo dizer que sempre haverá "exceções que confirmem as regras, porém, em certos casos, trataremos de uma maioria esmagadora contra uma minoria esmagada".
É o caso presente há décadas no Brasil. A crise moral que vitima homens e mulheres, trabalhadores e empresários, políticos e governantes e população em geral, degenerou por completo os atributos da civilidade e do convívio harmonioso entre as pessoas.
Interesses bastardos, tanto individuais quanto de grupos, muitos dos quais inconfessáveis, sobrepõem-se aos interesses dos cidadãos comuns. Eu disse cidadãos comuns, sejam trabalhadores, aposentados, estudantes, jovens ou idosos, marginalizados ou integrados à comunidade nacional.
Nomes que se repetem recorrentemente há mais de meio século trocando de posição conforme a conveniência ou o preço pago. Inimigos figadais que em um passe de mágica passam a protagonizar idílios parnasianos sem que qualquer pudor ou rubor lhes emoldurem as faces.
Mercantilizam siglas que insistem em denominar partidos políticos, embora esses não apresentem a mais básica das características pertinentes. Os motivos a cada dia são menos secretos e violentam o menor senso que um débil mental possua.
Roubalheiras desmedidas, desassombradas ocupam manchetes independendo de quem seja situação ou oposição. Aliás, esses dois vocábulos não passam de eufemismo barato, já que essa divisão cênica encobre acordos rufianescos. É patético!
Mais patético, no entanto, são aqueles que se manifestam como donos da verdade, querendo fazer crer que o fazem de forma insuspeita. Falo desses bufões que proliferam nos dois lados do campo dessa batalha combinada em que os derrotados somos nós.
Somente nós, membros de uma sociedade corrompida em seus valores mais comezinhos, onde não há Justiça, por mais que se cante o contrário. Onde não há compadecimento com situações desumanas que combalem famílias e famílias pelo Brasil afora.
Somente predomina a ganância insaciável pelo pelo dinheiro e pelo poder. Poder pelo qual não apresentam a menor competência para administrar e levar a bom termo a satisfação das necessidades mais básicas da população. Dinheiro que não têm cultura ou bom gosto para desfrutar com o devido prazer que integra as melhores opções de vida.
Marcas e modelos passam a ser consumidos "de orelha" por ouvirem dizer que são "coisas finas". Degustam vinhos que custam valores exorbitantes e sequer têm paladar afinado para tal. Fumam charutos de US$ 100.00 a unidade e empesteiam ambientes sem o menor constrangimento ou boas maneiras. Adquirem automóveis que nem imaginam a complexidade mecânica que estes oferecem. Adquirem mansões e mansões, aviões, jóias e, .... Tudo às custas do dinheiro público!
E depois de anos e anos recalcitrantes nessa prática odiosa, continuam encenando essa pantomima de direita, conservadorismo, fascismo, patrimonialismo, reacionários, socialismo, esquerda, comunismo, progressistas, ... Ora! A quem pensam que enganam?
Certamente é conveniente o analfabetismo, o assistencialismo e o esboço legalista que pretendem que se acredite ser verdadeiro. Não há Lei que se cumpra nesse Brasill de Cruz Credo com Deus MeLivre.
Quando um lado está na "situação" os "opositores" tentam impedir a todo custo que essa "situação" realize algo de proveito. Trava-se uma infindável batalha de acusações e omissões. Invertem-se as posições e nada muda!
Sempre que alguém ou um lado é denunciado a resposta pronta é: não fui apenas eu ou nós. Pois é, querem reivindicar a indulgência plenária como se um crime cometido por outrem lhes garantisse a imunidade penal.
O que assistimos todos os dias é uma batalha insana pela vitaliciedade no poder. No entanto, não há a menor preocupação por fazer merecer o poder conquistado!
O envolvimento da imprensa e redes "independentes" preconiza a defesa de seus financiadores de que lado forem. As lautas verbas publicitárias, privadas e publicadas, disputam a atenção na mídia. Uma verdadeira guerra às custas do estelionato intelectual a que somos - e continuaremos a ser - submetidos sejam quais forem os caminhos dessa ordinária prática política institucionalizada no Brasil.
Senhores, como dizem os gaúchos quando lhes enchem as medidas: "Báh Tche! Já deu pra bola..."! Basta de frasezinhas de efeito! Por favor, nos poupem...
Lembrem-se que não há direita ou esquerda. Há sim, vergonha na cara ou a falta dela!
Oswaldo Alves de Siqueira Júnior
Jarinu - São Paulo
(Há sessenta e sete anos sendo enganado)
Um comentário:
Belo texto evidenciando o momento em que vivemos.
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