Nunca tive oportunidade de
contar um pouco do que vivi nestes meus 57 anos de vida, não sei porque me deu
imensa vontade de narrar algumas coisas que vivi e presenciei neste Brasil, tão
diferente e ao mesmo tempo tão igual.
Minha profissão me permitiu
conhecer bem este pais, não as capitais, não pontos turísticos, mas como o povo
vive, como sofre, como ri, como se diverte. Troquei muitas vezes faustos
almoços e jantares, para conhecer personagens de botecos, personagens da vida.
Enfim como a realidade esta presente em cada brasileiro.
As narrativas não serão em
ordem cronológica, mas posso te afirmar que cada uma delas foi vivida até a
alma.
Manaus
Por volta de 1985, fui enviado
a Manaus para montar uma fábrica, ou melhor fui legalizar um projeto para
montagem de uma fabrica. Foram seis meses de batalha. Véspera do Plano Cruzado
...quanta dor....
Bem passados alguns meses, já
havia feito amizade com alguns profissionais do sul e sudeste, e uma noite
levaram-me a uma boite, te confesso que não sou muito chegado, mas fui para não
ser chato. A certa altura da noite sentou-se uma menina ao meu lado, e eu tomei
um susto, porque a guria não deveria ter 15 anos.
Após uma breve conversa perguntei quanto era o programa dela, dei o dinheiro e a mandei para casa. Sei antes ela me confessar que quem a mandava para lá era a própria família. Claro que depois que fiz isso, começaram a me gozar, chamando-me de santo paulista e coisa e tal. Me indignei, e perguntei se eles não tinham filhos, filhas, se gostariam que acontecesse isso com alguns dos seus.
Perguntei se ninguém tomava providencia a respeito, disseram que havia gente graúda por trás de tudo. Ainda hoje me questiono se eu não deveria ter feito algo a mais. Muito tempo depois presenciei novamente casos parecidos em Cuiaba e Foz do Iguacu.
Após uma breve conversa perguntei quanto era o programa dela, dei o dinheiro e a mandei para casa. Sei antes ela me confessar que quem a mandava para lá era a própria família. Claro que depois que fiz isso, começaram a me gozar, chamando-me de santo paulista e coisa e tal. Me indignei, e perguntei se eles não tinham filhos, filhas, se gostariam que acontecesse isso com alguns dos seus.
Perguntei se ninguém tomava providencia a respeito, disseram que havia gente graúda por trás de tudo. Ainda hoje me questiono se eu não deveria ter feito algo a mais. Muito tempo depois presenciei novamente casos parecidos em Cuiaba e Foz do Iguacu.
Mas voltando a fábrica, tinha
que começar pela Suframa, e foi lá que comecei a a conhecer histórias de um
senhor que até hoje vive na politica brasileira, José Sarney.
Quando fui apresentar o
projeto, dentro do escritório da Suframa, o cidadão que me atendia disse em
alto e bom som, quanto eu estava disposto a gastar para ter aprovação do
projeto. Sem nenhum pudor.
Eu falei que queria gastar as taxas normais, e ele retrucou então vai ficar igual a Sony( eu não lembro se foi Sony ou Sanyo ), que esta há anos tentado aprovar um projeto. Acho que o cara foi com a minha cara e me convidou para tomar uma cerveja logo mais, fui e escutei histórias que mostram porque a zona franca, continua sendo um ralo por onde os impostos escoam.
Me contou por exemplo, que Sarney tinha dado ordens para que não se aprovasse nenhum projeto que fosse de algum concorrente da Sharp. Então havia projetos parados há muito tempo. A partir as histórias sobre Sarney, começaram aparecer, e fiquei sabendo por exemplo, que a Sharp foi o braço lavador de dinheiro dos Sarney, por exemplo a Sharp vendeu milhões (acho que cruzados) em manilha para o Maranhão, porque o Estado iria pedir dinheiro para o Banco Mundial e adivinhe para que ?
Claro que era para construir a rede de esgotos de São Luiz. Acho que até hoje não deve estar completo. Parece também, que A Sharp, através do Mathias Machline, era a financiadora das obras de arte que Dona Marly colecionava, só não sei qual era a contrapartida. Mas deve ter sido muitas, porque até hoje o processo de falência da Sharp não foi finalizado.
Eu falei que queria gastar as taxas normais, e ele retrucou então vai ficar igual a Sony( eu não lembro se foi Sony ou Sanyo ), que esta há anos tentado aprovar um projeto. Acho que o cara foi com a minha cara e me convidou para tomar uma cerveja logo mais, fui e escutei histórias que mostram porque a zona franca, continua sendo um ralo por onde os impostos escoam.
Me contou por exemplo, que Sarney tinha dado ordens para que não se aprovasse nenhum projeto que fosse de algum concorrente da Sharp. Então havia projetos parados há muito tempo. A partir as histórias sobre Sarney, começaram aparecer, e fiquei sabendo por exemplo, que a Sharp foi o braço lavador de dinheiro dos Sarney, por exemplo a Sharp vendeu milhões (acho que cruzados) em manilha para o Maranhão, porque o Estado iria pedir dinheiro para o Banco Mundial e adivinhe para que ?
Claro que era para construir a rede de esgotos de São Luiz. Acho que até hoje não deve estar completo. Parece também, que A Sharp, através do Mathias Machline, era a financiadora das obras de arte que Dona Marly colecionava, só não sei qual era a contrapartida. Mas deve ter sido muitas, porque até hoje o processo de falência da Sharp não foi finalizado.
Mais uma de Manaus, me lembro
que uma manhã sai do hotel e ia me dirigindo para o escritório, quando notei a
cidade toda limpa, não havia as barraquinhas de jogo de bicho que povoavam a
praça em frente ao quartel da policia, achei estranho.
Quando cheguei ao escritório, descobri o motivo, Sarney iria visitar a cidade, então o governador, Gilberto Mestrinho, mandou que a cidade fosse toda ``limpa``, sem prostituas, sem mendigos e sem apontadores de bicho. Por sinal, diziam as ``más`` línguas que ele era o dono do jogo na cidade.
Evandro Torres
Quando cheguei ao escritório, descobri o motivo, Sarney iria visitar a cidade, então o governador, Gilberto Mestrinho, mandou que a cidade fosse toda ``limpa``, sem prostituas, sem mendigos e sem apontadores de bicho. Por sinal, diziam as ``más`` línguas que ele era o dono do jogo na cidade.
Evandro Torres
Um comentário:
Muito boa a história. Parabéns. Confessamos, no entanto, que quando iniciamos a leitura da história, pensávamos em coisas mais escabrosas, não porque saibamos de nada de concreto contra Sarney, mas pelo muito que se costuma falar dos nossos políticos aqui no Brasil. Quanto a Gilberto Mestrinho, como moramos algum tempo no Amazonas, numa época, inclusive quando ele foi Governador, já ouvimos falar muitas coisas a respeito dele. De qualquer modo, depois de tudo que já vimos acontecer no nosso país, confesso que nada mais nos assusta. É uma pena. Nosso blog: www.ideiasefatostucujus.blogspot.com.br
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