O Presidente Lula afirmou em entrevista, ontem, dia 2, terça-feira, de que a subida do "dólar" o preocupa e que a alta constante da moeda americana faz parte de um "jogo especulativo" e de "interesses" conta a moeda brasileira, o real. De pronto, posso afirmar de as cotações do dólar americano, em valorização constante, em detrimento da moeda brasileira, vem da "pouca clareza" sobre as "contas públicas" do seu próprio Governo, que já fechado o primeiro semestre do exercício de 2024, ainda não está clara a previsão orçamentária do Governo federal.
Já estamos a caminhar o primeiro mês do segundo semestre de 2024 e ainda não temos a exata noção do que será o Orçamento Público federal do ano em curso. O Presidente Lula optou em "gastar o que for preciso" para manter a sua popularidade em alta perante, segundo ele, junto à classe menos favorecidas. No discurso é bonito verbalizar à população de classe menos privilegiada da população e colocar a culpa ao Banco Central do Brasil, pela prática de uma política monetária que assegure o poder de compra do "real".
Como em qualquer parte do mundo, a política monetária não tem viés político. O Banco Central do Brasil faz o que pode para "segurar" a inflação próximo da meta de 3% ao ano, apesar de nem ter a previsão do Orçamento Público de 2024. Os ministros da área econômica, Planejamento e Fazenda, ainda, no "meio do ano", não tem fechado o "arcabouço fiscal", o mesmo que política fiscal do ano em curso. O mercado financeiro anda "ressabiado" com o déficit primário gigantesco, de R$ 249 bilhões no fechamento da conta de 2023. O Governo Lula não tem feito dever de casa, para ter o direito de fazer críticas ásperas ao Banco Central ou ao Campos Neto, seu presidente, sem fazer o próprio dever de casa.
O "real", oficialmente "real brasileiro" é a moeda corrente oficial do Brasil, assim como o "dólar" é moeda americana, que tem sido referência em transações comerciais e financeiras do mundo global, apesar de existirem o "euro" e "yuan" como moedas alternativas, para transações bilaterais. O real brasileiro foi criado em 1º de julho de 1994, que permitiu a drástica queda de inflação no País. Isto é fato!
Desta forma, a própria história do Banco Central, incluindo os dois períodos governamentais do próprio Presidente Lula, de 2003 a 2011, onde o seu presidente Henrique Meirelles, oriundo do setor bancário, no comando do Banco Central, garantiu a estabilidade da moeda "real" ou a inflação do período, sob controle. O que o Campos Neto, presidente do Banco Central, faz não tem nada diferente do que o Henrique Meirelles fez nos dois períodos do seu governo no passado.
O Presidente Lula e todos com "matizes ideológicos" da esquerda, que o acompanha, a culpa de tudo, da pouca eficiência do Governo federal é do seu adversário político ex-presidente Bolsonaro e todos que ocupam ou ocuparam cargos importantes, como é o caso do presidente do Banco Central, Campos Neto. O Presidente Lula culpa a Faria Lima, leia-se, "mercado financeiro" e FIESP na Avenida Paulista, os empresários "pesos pesados" pela alta do dólar, que nada mais é do que a "fuga" do capital estrangeiro do País, rumo aos portos mais seguros, como Estados Unidos e União Europeia.
Quanto mais, o Presidente Lula se mete sobre a "política monetária" do Banco Central, assusta os investidores institucionais, especulativos e produtivos. Há muitas opções para os investimentos na economia global, a mais recente, a Argentina do governo liberal, Javier Miei. Para completar, os ventos na Europa indicam, também, uma participação maior dos liberais no comando dos parceiros comerciais do Brasil.
Esta situação fez-me lembrar do antigo programa de TV: "Cala a boca, Magda!"
Ossami Sakamori
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