quinta-feira, 14 de setembro de 2023

O que eu tenho a ver com o ESG ?

 
Crédito de imagem : www.totvs.com/blog/negocios/esg/

Há uma verdadeira indústria de desinformação sobre os novos termos utilizados para o assunto meio ambiente.   Como sempre, há muitos que se beneficiam e lucram com o meio ambiente, assunto sensível e muito discutido no meio empresarial e pelos governos do mundo global.   No entanto, o assunto meio ambiente é cristalino e não deixa nenhuma dúvida, da sua importância do meio ambiente, sobretudo com as mudanças climáticas das últimas décadas no planeta.  

             Hoje, vou tratar sobre algumas siglas e temas que são importantes e que extrapolam o assunto "meio ambiente".   Nas décadas passadas, o assunto predominante era aquecimento global devido ao "buraco de ozônio" e o assunto predominante, hoje, é o ESG e o "sequestro de carbono", que tratarei na sequência.

              A sigla ESG, que tem ganho grande visibilidade, graças a preocupação crescente do "mercado financeiro" sobre a sustentabilidade do planeta.  O apoio multilateral aos objetivos do ESG deu um grande passo em 2015, na Assembleia Geral da ONU, que adotou como objetivos de desenvolvimento sustentável da Organização, a meta de colocar o mundo no caminho em direção a um futuro mais sustentável e igualitário.  

            O assunto ESG - Enviromental, Social and Governance, é muito amplo, que vai do meio ambiente do trabalho nas corporações ao meio ambiente floresta, propriamente dito. O meio ESG do meio ambiente do trabalho em corporações, faz parte, do objetivo dos Recursos Humanos em corporações,  cujo tema já é prioridades, há décadas.  Porém, o ESG é muito mais amplo do que tema "interna corporis" das empresas e corporações.

            A novidade é que, desde Assembleia Geral da ONU em 2015, o tema ESG ganhou destaque em qualquer debate público sobre o meio ambiente e mudanças climáticas, que tem pouco a ver com o assunto de Recursos Humanos das Corporações, nacionais e transnacionais.  Para não causar confusão, tratarei o assunto como "ESG floresta" aos temas sobre meio ambiente no sentido de preservação climática do planeta Terra.  

             Se, antes do termo ESG, o meio ambiente era tratado tão somente como preservação da floresta para manutenção do clima do planeta, no entanto, com os últimos acontecimentos climáticos, sobretudo neste último verão no hemisfério norte, o tema ESG tornou-se o assunto de pauta obrigatório de grandes corporações e de governos ao redor do mundo.    

               Os ambientalistas e sobretudo os governos, inclusive do Brasil, tem pautado ESG floresta como se o assunto fosse, tão somente, a manutenção da floresta "de pé", como a da bacia Amazônica, do cerrado e do pantanal.   Os governos e as corporações são míopes e só conseguem enxergar o "E" do Enviromental, esquecendo-se do "S" do Social.   Esquecem-se os governantes de plantões, de que "sob" a floresta ou ao entorno dela, vivem populações esquecidos do mundo, porque não contribuem com o PIB - Produto Interno Bruto.   Mesmo as muitas ONGs que atuam na imensidão da floresta e da biodiversidade como cerrado e pântano, tem objetivos escusos fora da pauta ambiental.  

            O ESG, também, tem um outro viés que é a "reciclagem" de resíduos sólidos, jogados ao léu, sobre a terra, rios e mares do mundo.  Se o mundo não despertar para o assunto, os oceanos ficarão infestados de resíduos sólidos, sobretudo de plásticos, prejudiciais à biodiversidade dos oceanos.   

               O ESG tem a ver, também, com o tão comentado no mercado financeiro, o "crédito de carbono", como se ele fosse a salvação do mundo.   O crédito de carbono nada mais é do que a remuneração sobre a preservação das florestas, como o da Amazônia ou da Mata Atlântica, para deixá-las "em pé", uma espécie de "penalidade" que o mercado financeiro negocia com bastante desenvoltura e com o maior "cara de pau".   Queria ver o mercado financeiro preocupado em manter a floresta Amazônica, o cerrado e pantanal, que nelas sobrevivem os 35 milhões de brasileiros, iguais a todos nós, desassistidas pelos "donos do mundo".

        De tudo isto, convém separar os assuntos Work ESG ao do ESG floresta, que são temas distintos, que se completam.  E, sobretudo, não esquecer que abaixo das florestas e de outros biomas, vivem milhões de brasileiros, esquecidos e abandonados no sentido S, do Social, pelos governos e ONGs que atuam nos biomas considerados.  

             Ossami Sakamori 

Um comentário:

Anônimo disse...

Perfeito esclarecimento…