Uma das tarefas mais difíceis para um comentarista de macroeconomia é fazer previsão dos indicadores econômicos do mundo e em especial do País. Se a previsão da economia é difícil para agentes públicos, em especial, aos ligados ao Banco Central do Brasil e ao Ministério da Economia, a tarefa fica muito mais difícil para um leigo como este que escreve.
Seja como for, considero como minha obrigação, um observador da macroeconomia, fazer comentário sobre os números que se referem ao Brasil. Amanhã, dia 4 de maio, quarta-feira, o COPOM - Comitê de Política Monetária do Banco Central, vai se reunir para definir a taxa básica de juros Selic que vai vigorar nos próximos 45 dias. O Banco Central sinalizou e o mercado financeiro prevê a taxa Selic em 12,75% ao ano. O Boletim Focus do Banco Central prevê ainda, mais um aumento da taxa Selic, na próxima reunião no mês de junho, passando para 13,25% ao ano.
A previsão da taxa Selic está baseado na projeção de preços administrados em 2022 em 7,09% e projeção do IGP-M no final do ano em 12,35%. O último índice serve como referência para reajuste de alugueis e alguns outros contratos imobiliários. Enquanto isso, as instituições financeiras elevaram a inflação oficial, IPCA, de 7,46% para 7,65%. A projeção para o dólar, moeda americana, segundo o mercado financeiro, é de R$ 5 por dólar, como número referência.
O mesmo Boletim Focus do Banco Central, o último, reduziu o crescimento econômico, PIB de 2022, de 0,56% para 0,65%. O mesmo Boletim, reduziu a previsão de crescimento do PIB para o próximo ano, 2023, de 1,12% a 1%. Posso assegurar que o Banco Central do Brasil toma medidas de contenção da inflação, na tentativa de manter o poder de compra do Real, moeda brasileira, mas, historicamente, quase "sempre" tem errado nas medidas. Como meu comentário, posso acrescentar que a projeção do crescimento econômico oficial está muito aquém da minha projeção de crescimento econômico, que deverá alcançar 5% em 2022.
O fato concreto é que, sobretudo, com a "independência" do Banco Central, o Ministério da Economia, as duas instituições do Governo, costumam andar nos lados opostos. Não há "sinergia" entre o Banco Central e o Ministério da Economia. Ambas instituições não andam de mãos dadas, apesar de ambas instituições representarem a República Federativa do Brasil. Nos países do Primeiro Mundo, o Banco Central e o Ministério da Economia, via de regra, andam focados nos mesmos objetivos: o crescimento econômico e o bem estar social da população. O Brasil tem muito chão para caminhar, até chegar lá!
Assim, quero afirmar que, nem tudo que o Banco Central resolve sobre a política monetária e muito menos as medidas econômicas tomadas pelo Ministério da Economia, têm minha concordância plena.
Ossami Sakamori
Um comentário:
Banco Central segue a regra das agências reguladoras, capturado ideologicamente por quem deveria ordenar eficazmente, o mercado financeiro.
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