Sobre forte sinalização de projeções pessimistas sobre o desempenho da economia global em 2022, já comentada por mim, na matéria anterior, a economia brasileira corre por fora. A surpresa vem dos indicadores do desempenho da vendas no varejo e na taxa de desemprego formal, que diminuiu no primeiro trimestre deste ano, conforme IBGE, fechando em 11,1%, melhor resultado para o período, desde 2016. Na contra mão, o que segura o crescimento econômico é a intervenção do Banco Central, aumentando a taxa básica de juros Selic em 12,75% no último dia 5 de maio e com projeção para Selic na próxima reunião, ao menos em 13,25%.
Outros indicadores, como a produção industrial do Brasil, que no primeiro trimestre deste ano, segundo IBGE, mostrou ganho trimestral em um ano, nos primeiros três meses deste ano, em 1,2%. No entanto, mesmo diante dos bons números apresentados pela economia no primeiro trimestre e indicação de melhora no setor de serviços no primeiro quadrimestre, o mercado financeiro, os que torcem contra o Brasil, projeta um crescimento pífio para o País, não mais que 1%, neste ano. Os pessimistas sobre o Brasil terão que explicar muito, sobre o equívoco, no final do ano.
Apesar de notícias negativas sobre a economia na economia mundial, sobretudo em razão dos boicotes do mundo ocidental em relação à Rússia, devido a guerra contra a Ucrânia, o País está caminhando no sentido contrário ao do mundo, apresentando bom desempenho, sobretudo, no setor agropecuário, que representa 27% do PIB, que somado aos gastos do setor público, cerca de 33%, responde por 60% do PIB. O setor agropecuário, incentivado pelo Plano Safra do governo federal, que deverá destinar cerca de R$ 234 bilhões para linhas de custeio e comercialização e de R$ 99,8 bilhões para investimentos na próxima safra. É um volume de dinheiro que deixa todo mundo feliz.
Ao lado de investimentos no setor agropecuário, R$ 333,2 bilhões, o governo federal vai injetar no mercado consumidor, o governo deve injetar cerca de R$ 92 bilhões para beneficiar cerca de 19,1 milhões de chefes de família de que sobrevive de bolsas. O Ministério da economia está liberando FGTS, no valor máximo de R$ 1 mil para cerca de 42 milhões de trabalhadores, o que certamente, vai gerar consumo imediato. Além destes recursos, a Caixa Econômica Federal está concedendo empréstimos de até R$ 2 mil para os microempreendedores, pessoas jurídicas. Para dar maior liquidez ao sistema, o governo federal vai liberar 50% do 13º salário para os beneficiários do INSS. Todo esse volume de dinheiro vai circular na economia brasileira, independente da conjuntura internacional negativa.
E finalmente, apesar de maioria das instituições financeiras indicarem crescimento pífio para o País, menos de 1%, continuo na minha aposta sobre o crescimento econômico do Brasil, não menos que 5%, em 2022.
Ossami Sakamori
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