sexta-feira, 6 de maio de 2022

Combustíveis: Você é otário!

 


Não aguento mais, ficar ouvindo barbaridades sobre o preço dos combustíveis que são praticados "na bomba" e ler o lucro astronômico anunciado pela Petrobras, referente ao primeiro trimestre deste ano, 2022.   O mercado financeiro tem razão em comemorar o lucro da Companhia, neste primeiro trimestre de 2022, R$ 44,5 bilhões, o maior lucro histórico, num único trimestre e anuncia por conseguinte, R$ 48,5 bilhões em dividendos.  A primeira vista, o lucro de uma Companhia, no caso da Petrobras, é decorrente de administração competente da atual Diretoria.   Mas, não é o caso.  A administração da Companhia, exceto algumas reformas pontuais, continua na mesma direção, a de de uma empresa "mastodonte", há décadas.  O nome de um novo presidente da Diretoria Executiva tem pouca influência.   O "mamute", a Petrobras, anda sozinho!

            O fabuloso lucro da Petrobras decorre da "política de paridade" de preço praticado pela Companhia acompanhando o preço internacional de petróleo.  Como vocês sabem, o preço do petróleo no mercado internacional, sobretudo, após a guerra Ucrânia x Rússia, ganhou impulso, passando de um patamar médio de US$ 60 por barril a um patamar acima de US$ 100 por barril, do tipo Brent (referência ao tipo do petróleo dos mares da Noruega).  Cada barril de petróleo, convencionado pelo mercado mundial em aproximadamente 158,9 litros, para cada um de vocês terem a ideia do volume do barril. 

              A Petrobras é detentora da maior parte das reservas do petróleo do País, que legitimamente ganhou em licitações promovido pela República Federativa do Brasil.   A maior parte das reservas da Petrobras está no na camada de rochas submarina, denominada de "pré-sal".   Uma outra parte da reserva nas rochas submarinas do tipo "pós-sal", as mais próximas da superfície.  A Petrobras tem pouca reserva em terra, onde, o custo de produção é muito baixo, como as da Arábia Saudita, detentora de maior reserva de petróleo na terra.  Estima-se que o custo de produção  "em terra" é de aproximadamente US$ 15.

           Pois, bem.  A Petrobras, hoje, extrai do solo e do oceano, algo como 3,5 milhões de barris/dia, o suficiente para abastecer o País.  Em termo de volume de petróleo, o Brasil é auto suficiente em petróleo.  No entanto, as refinarias da Petrobras só processam o petróleo do tipo leve.  Nas condições descritas, a Petrobras exporta 100% do petróleo que explora, o do tipo pesado e importa 100% do petróleo do tipo leve.  A conta fecha, mas a equação, não.   Brasil "não possui" refinarias para processamento de petróleo pesado como as que Petrobras explora.  É um erro grotesco de política de investimentos da Petrobras.

          Continuando:  O custo médio de produção do petróleo pesado, no Brasil, segundo área técnica da Petrobras, é de cerca de US$ 40 cada barril.  Mesmo vendendo o petróleo pesado e importando o petróleo leve, o resultado financeiro não influi significativamente no resultado da Companhia.   O mercado de petróleo, vem sendo praticado acima de US$ 100, sobretudo, após o início da guerra Ucrânia x Rússia.  Qualquer leigo, já sabe que a Petrobras vende o petróleo ao consumidor, obedecendo "paridade" com o preço do mercado internacional auferindo o lucro abissal. Grosso modo, a Petrobras lucra US$ 60 (US$ 100 - US$ 40), seja o presidente da Companhia um general de 5 estrelas ou um obscuro funcionário de carreira do Ministério de Minas e Energia.   Assim... até este que escreve, tocaria a Petrobras com os pés nas costas e produzir lucro R$ bilionário a cada trimestre!

         O Presidente da República tem suas razões.  O benefício do preço internacional do petróleo vai para os acionistas da Petrobras.  Infelizmente, a população e o setor produtivo pagam para ver os acionistas da Petrobras terem lucros estratosféricos.  Em tempo:  A União Federal é acionista da Companhia em cerca de 1/3 das ações, mas não manda absolutamente nada na sua política comercial!

             Ossami Sakamori 

3 comentários:

Anônimo disse...

Por que não abrem o mercado para outras empresas?

Anônimo disse...

O governo federal é detentor de 50,3% das Ações Ordinárias (com direito a voto), fato que define o controle da empresa. O 1/3 do artigo é quando se incluem as Ações Preferenciais (sem direito a voto).

Anônimo disse...

Puta que pariu...