quarta-feira, 11 de maio de 2022

Inflação em abril: 12,13%

 

Crédito da Imagem: UOL

O IPCA, índice de inflação oficial, medido pelo IBGE, no mês de abril, confirmou em 12,13%, sendo o IPCA de abril, cravou 1,06%.   O índice de inflação de dois dígitos (acima de 10%) traz preocupações para todos atores, o Ministério da Economia, o Banco Central, o mercado financeiro e sobretudo a própria população.   Inflação de dois dígitos, se não for administrados com devido cuidado, pode virar "hiperinflação" que o povo brasileiro já vivenciou inúmeras vezes.   Na sequência, vamos tentar expor os motivos que levaram a esta situação de enorme risco, de inflação sair do controle das autoridades monetárias.  Este filme já vimos inúmeras vezes.

           No caso presente, a principal causa vem de fatores externos, sobretudo.  A principal causa é a inflação nos Estados Unidos, onde já vivencia o pior índice dos últimos 40 anos, ao redor de 8,5%.  Inflação de dólar, espalha inflação ao redor do mundo, pois que a moeda americana é referência para trocas comerciais no mundo todo.   Em outras palavras, da inflação de 12,13% no Brasil, grosso modo, 8,5% vem da própria desvalorização do dólar americano, moeda referência.  Isto mesmo... a inflação importada por conta da desvalorização do dólar, situação inédita, pelo menos nos últimos 40 anos.

           A segunda causa importante é a consequência do bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos e pela União Europeia à Rússia, retirando a Rússia da compensação financeira dos Bancos Centrais do mundo, o SWIFIT, devido à guerra Ucrânia x Rússia.  O tiro está saindo pela culatra para os países do Ocidente, em função do bloqueio econômico imposto à Rússia e aos "oligarcas" daquele país.   O preço do petróleo, o combustível que move o mundo, está sendo negociado no patamar acima de US$ 100 cada barril de petróleo do tipo Brent (petróleo leve), antes negociados a patamar entre US$ 60 a US$ 80.   

            Acompanhando a evolução da desvalorização do dólar americano (US$) e a alta dos combustíveis e principais commodities, como as agrícolas e os minérios, estão alcançando preços internacionais nunca dantes alcançados.  No primeiro momento, podemos pensar que as consequências são benéficas para o setor produtivo brasileiro, uma vez que o agronegócio, mineração e petróleo respondem por cerca de 1/3 do PIB do País.  As consequências maléficas para a população e ao setor produtivo do País é a volta de inflação de dois dígitos (acima de 10%).

          Os fatos acima descritos, não tem volta, sobretudo a inflação americana e a guerra da Ucrânia x Rússia.  Única alternativa que recai ao Ministério da Economia e ao Banco Central é tentar domar a inflação, trazendo-a, no patamar "civilizado" de um dígito (menos de 10%), utilizando instrumentos convencionais da macroeconomia, o aperto monetário.   

           Cabe ao governo atual, o do Presidente Bolsonaro, tomar medidas firmes e consistentes, sem fugir das e leis vigentes, sobretudo a Emenda 95, domar o fantasma da inflação.  Ao povo cabe discernir a realidade dos fatos já descritos e a promessa fácil de distribuição de renda, imagino, emitindo papel moeda ou endividando o País mais do que está. Inflação de 12,13% serve de sinal de alerta para administradores públicos e empreendedores produtivos adequarem os seus orçamentos à nova realidade.

             Ossami Sakamori  

2 comentários:

Anônimo disse...

Se não houver mudanças na política econômica,vai ficar muito complicado.

Anônimo disse...

Não está fácil...