Meus comentários sobre situação econômica do Brasil tem ido na contramão daqueles dos analistas das instituições financeiras do País, inclusive do próprio Banco Central. Enquanto os principais analistas econômicas independentes e das instituições financeiras, apontavam o crescimento do País pífio, qualquer décimo acima de 0 (zero), eu já apontava o crescimento econômico do Brasil em 2022, acima de 5%. A tendência é que isto vai ser superado.
A valorização da moeda brasileira, o real, em relação ao dólar, abaixo de R$ 5 e aproximando-se de R$ 4,50, tem pego o mercado financeiro de "surpresa". A expressiva entrada de capital estrangeiro no mercado de capitais, seja na compra de títulos do Tesouro Nacional ou investimento na Bolsa de Valores, tem levado à valorização do real ou a desvalorização do dólar americano. Em consequência, a expectativa da inflação, segundo o último Boletim Focus, aponta para 6,8%, ao contrário da inflação de dois dígitos apontada por mim em matéria anterior. Uma boa parte da expectativa positiva da inflação se deve à valorização do real. Um novo patamar de preços de commodities, sobretudo do minério e dos produtos agropecuários, estão a contribuir com o resultado positivo dos indicadores econômicos como o dólar e o crescimento do PIB. O preço do petróleo no mercado internacional alcançando um novo patamar de negociação, acima de US$ 100 cada barril do tipo Brent, vai puxando a inflação ao patamar indicado pelo Boletim Focus. Mesmo com o fim da guerra Ucrânia x Rússia, o petróleo e os principais commodities, como petróleo e produtos agropecuários, estão a alcançar um novo patamar de preços, que o mercado internacional e o mercado brasileiro, vem absorvendo no seu cotidiano.
No front interno, o Banco Central já anunciou, antecipadamente, que aumentará a taxa básica de juros Selic em 1% acima daquela praticada hoje, na próxima reunião do COPOM. Isto já era esperado, por mim e por outros analistas, de que o Banco Central atuaria fortemente no primeiro quadrimestre do ano, para conter o ímpeto da inflação demonstrado no último trimestre do ano passado, 2021. O que as autoridades monetárias não esperavam, no sentido positivo, é a entrada maciça de investimento estrangeiro no mercado de capitais, depreciando o dólar ou apreciando o real. A apreciação do real ajuda segurar a inflação.
Em resumo: a guerra da Ucrânia x Rússia, resolveu o problema dos Estados Unidos, que é a inflação de 7%, a pior dos últimos 40 anos. O presidente Biden, se metendo com palpites na referida guerra e bloqueando os ativos da Rússia, via SWIFT, conseguiu exportar a inflação americana ao mundo, anulando o efeito dela na economia doméstica, deles. Além de tudo, o Biden conseguiu viabilizar o gás proveniente do xisto, cuja reserva daquele país, garante o consumo até o ano 2.100. Os Estados Unidos ganham com a guerra Ucrânia x Rússia, sem colocar em risco um soldado sequer na referida guerra.
O Brasil, neste contexto, teve mais ganho do que perda. O real valorizou em relação ao dólar americano e ganhou na outra ponta com a valorização dos commodities, sobretudo do minério de ferro e dos produtos agropecuários, no mercado internacional. A valorização do preço do petróleo no mercado internacional ajuda, também, a nossa Petrobras a viabilizar economicamente o petróleo do "pré-sal". Como a Petrobras é uma empresa de economia mista, o benefício da valorização do nosso petróleo, vai para os acionistas da Companhia e não vai para as "bombas" do consumo.
De qualquer maneira, a guerra Ucrânia x Rússia, trouxe mais benefício que malefício. Ela vai alavancar o crescimento econômico do País, com a valorização do minério de ferro, petróleo e produtos agropecuários. Com a sinalização positiva, os investidores estrangeiros estão voltando ao País, para alavancar o crescimento econômico do País. Brasil sai ganhador na guerra Ucrânia x Rússia.
Ossami Sakamori
Um comentário:
Gostei da exposição permite que juntemos informações provenientes de várias fontes. Viva !
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