Tirando o fato do presidente do Banco Central do Brasil ter-se espantado com a inflação de dois dígitos, 11,36%, no mês de março e apesar de Banco Central sinalizar os novos aumentos da taxa básica de juros Selic, o País retomará o crescimento econômico, não menos que 5% em 2022. O quadro que se espera para os próximos meses, não será de "estagflação" que é a presença de dois fatores negativos, a estagnação e a inflação. Podem ir tirando o "cavalo da chuva" os que "torcem" pelo insucesso do País ou a impopularidade do atual presidente da República. O quadro de estagflação, ao contrário, favoreceria a candidatura do ex-presidente da República e oposicionista do atual presidente.
O quadro de "estagflação" é o que deseja o candidato oposicionista ao Palácio do Planalto. O ex-presidente quer, para alavancar a sua candidatura, a estagnação da economia com a inflação alta. Para o ex-presidente, candidato ao mesmo posto que ocupou por 8 anos consecutivos, quanto pior a situação do País, melhor para vender a sua imagem de falso desenvolvimentista ou salvador da Pátria. O ex-presidente procura vender a sua imagem de sindicalista dos tempos de inflamados discursos nas portas das fábricas em São Bernardo do Campos. Se o povo vai assimilar o tal discurso, não saberia responder. Creio que só as urnas darão o veredicto final, em outubro deste ano.
Na outra ponta, o atual presidente da República, com respaldo dos partidos do "Centrão", composto pelos partidos de apoio no Congresso Nacional, procura impor o seu estilo de administração, com muito verborragia nos seus discursos inflamados. Enquanto o presidente da República discursa, o "Centrão" vai administrando o País com a Casa Civil na mão. As medidas, de certa forma, vão na contra mão das regras clássicas de "macroeconomia", impondo uma verdadeira queda de braços com a política monetária do Banco Central do Brasil. É o quadro atual.
A inflação de dois dígitos, vem de fora, é o resultado das medidas de bloqueio dos ativos da Rússia, com medidas restritivas, sobretudo, via SWIFT, que é o sistema de compensação bancária dos Banco Centrais do mundo todo. A consequência imediata foi o aumento do preço do barril de petróleo, que atingiu o pico de US$ 130 cada barril, estabilizando, ontem, ao redor de US$ 100 cada barril do tipo Brent, o petróleo leve. A estatal brasileira, a Petrobras, se beneficiou com o novo patamar de preço, mas devido à política de paridade (equivalente) ao preço internacional não repassa o "lucro" do petróleo, nas bombas, repassando tais benefícios para os acionistas majoritários, os sem direito a voto, os que participam do mercado financeiro.
Pelo mesmos motivos, o preço dos commodities sofreram aumento considerável, sobretudo com a retirada da Ucrânia e Rússia nos fornecimento de petróleo e commodities importantes como o trigo e insumos agrícolas. A alta dos preços dos commodities ao mesmo tempo que beneficiam encarecem os custos de produção do setor agropecuário. O principal motivo da inflação de dois dígitos (acima de 10%) no Brasil e no mundo ocidental é o bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos e seus aliados à Rússia, o principal fornecedores de insumos já citados.
O presidente da República e a equipe do Centrão, não titubeou e tomaram medidas de expansão monetária, mesmo sabendo do risco que corre diante do quadro de inflação alta. As medidas já anunciadas, vão desde o aumento de benefícios do Auxílio Brasil de R$ 400 para cerca de 19 milhões de chefes de famílias; liberação de FTGS até R$ 1 mil para trabalhadores ativos e inativos; empréstimos de R$ 1mil, da Caixa Econômica Federal para qualquer pessoa física para pagamento a longo prazo e empréstimos de R$ 2 mil para microempresas para pagamento com carência. Igual forma, o Ministério da Economia, estuda o aumento do teto de Retenção do Imposto de Renda Pessoa Física. Além das medidas, o governo anuncia a antecipação do pagamento de 13º para os aposentados para os meses de maio/junho, que, também, fará parte do "pacote de bondades".
Com tanta benevolência do Governo Federal, mesmo diante da inflação alta, o Brasil retomará o rumo do crescimento econômico e social, inequivocamente. Neste contexto, caberá ao Banco Central monitorar a inflação de dois dígitos (acima de 10%), com o seu presidente atento aos acontecimentos.
Ossami Sakamori
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