segunda-feira, 11 de abril de 2022

Explicando a inflação de dois dígitos em 2022

 


O comentário que fiz ontem, sobre "Inflação de dois dígitos veio para ficar, em 2022", não foi bem compreendido pelos meus leitores.   Vocês estão cobertos de razão, pois a maioria é composta de leigos no assunto sobre "macroeconomia".  Expliquei na matéria sobre os motivos que me levou a tal afirmação: de que a inflação de dois dígitos (acima de 10%) perduraria maior parte deste ano, 2022, ano de eleições para principais cargos da estrutura administrativa/política da União e das unidades da federação.

            Se não fosse ano de eleições, certamente, o Executivo Federal tomaria medidas para, em primeiro lugar, conter a inflação, que é um mal já conhecido e suficientemente expostos em matérias precedentes.   No entanto, as medidas anunciadas pelo Executivo Federal, conforme já mencionadas na matéria anterior, vão no sentido contrário ao que manda a boa prática da teoria "macroeconômica".   O Banco Central e o Ministério da Economia, seguem em caminhos opostos.  O Ministério da Economia toma medidas para manter a popularidade do presidente da República para a sua reeleição.  E, o Banco Central tenta "enxugar" o "gelo" criado pelo Ministério da Economia.   

          Explico, melhor:  Enquanto o Banco Central continua a aumentar a taxa Selic, para enxugar a disponibilidade da moeda em circulação, aplicando a moeda circulante em títulos do Tesouro Nacional, o Ministério da Economia, na contra mão, libera o FGTS até o limite de R$ 1 mil para cada empregado do setor privado. Ainda, na outra ponta, a Caixa Econômica Federal libera empréstimos que varia de R$ 1 mil a R$ 2 mil, conforme situação da pessoa, se Pessoa Física ou Pessoa Jurídica, para pagamento a longo prazo.  Isto tudo, acrescido de Auxílio Emergencial de R$ 400, todos os meses, que atende cerca de 19 milhões de chefes de família.  Está previsto, ainda, a liberação de 13º dos aposentados, para os meses de maio/junho.  São valores que entram direto no consumo, realimentando a inflação.

            Diante de tudo que foi explicitados, a inflação que já atinge dois dígitos (acima de 10%), dificilmente, recuará no curto prazo (seis meses).   A inflação só não explodirá, como que já aconteceu no passado, porque a autoridade monetária, o Banco Central, está monitorando permanentemente.  Ainda bem, que o Banco Central do Brasil é independente e é competente para não explodir o País, como que já vimos várias vezes, no passado não tão distante.

            Ossami Sakamori 

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