Com a guerra entre Ucrânia e Rússia, o preço do barril de petróleo no mercado internacional está indo às alturas, como nunca dantes visto. Hoje, 9/3/2022, 6:30h, horário de Brasília, o mercado futuro está abrindo ao nível de US$ 129 cada barril, do tipo Brent. O assunto do aumento do combustíveis está em pauta no Palácio do Planalto. Ontem, 8/3/2022, a reunião parece ter terminado inconclusivo. O assunto deverá voltar à pauta no dia de hoje, para resolver sobre a alta do combustível "na bomba", resultado da escalada de alta de petróleo no mercado mundial, sobretudo com a suspensão da compra de petróleo da Rússia pelos Estados Unidos e União Europeia.
A Petrobras vem segurando o aumento desde fim de outubro de 2021, o que vem sendo causa de "desconforto" entre a Diretoria da Petrobras e o Presidente da República, Jair Bolsonaro. O presidente da Petrobras, indicado pelo presidente Bolsonaro ao posto, vem advogando o preço de combustíveis em "paridade" com o mercado internacional do petróleo, esquecendo-se de que a Petrobras tem o "quase" monopólio da exploração do petróleo, sobretudo com enorme bacia do "pré-sal". O general Luna e Silva parece estar inclinado a optar aos reclamos dos acionistas minoritários.
Sem uma análise detalhada sobre a exploração do petróleo no País pela Petrobrás, o quase monopólio, o General Silva e Luna, presidente da Companhia, nomeado pelo Palácio do Planalto, está a advogar o aumento do combustível, com a justificativa de atender os interesse da Petrobras. A Petrobras é uma empresa de economia mista, cujo controle do capital social está nas mãos do governo federal e as ações estão sendo negociados na Bolsa de Valores de São Paulo, a B3. No entanto, no meu entender, a Petrobras explora o petróleo sob delegação da União Federal e assim deveria se comportar a Diretoria da Companhia.
A Petrobras registrou um lucro de R$ 106 bilhões em 2021, um aumento de 1.400% em relação aos R$ 7,11 bilhões em 2020. Justifica-se, o já fenomenal lucro da Companhia aos novo preços internacionais. A Petrobras, quase sozinha, produz cerca de 3,5 milhões de barris diários, de petróleo do tipo pesado, o suficiente para consumo próprio. Apesar da Petrobras produzir petróleo do tipo pesado, a Companhia exporta o petróleo tipo pesado, WTI e importa o petróleo leve, tipo Brent, para as refinarias instaladas no País. A diferença de preço entre um tipo e outro, diante do valor global, é insignificante, algo como US$ 3 a US$ 5 por barril.
Para vocês entenderem melhor a equação do preço dos combustíveis no mercado interno e o lucro espantoso da Petrobras, é necessário saber que o custo de produção do petróleo do "pré-sal", guardado a 7 chaves da imprensa, é de aproximadamente US$ 40 cada barril. Não é necessário ser economista para saber que o valor que exceder ao custo de produção, cerca de US$ 40 e o preço praticado no mercado internacional, que estava em US$ 85 cada barril em 22/10/2021, é o que produziu um lucro espantoso em 2021 e que permitiu distribuição de dividendos extraordinários, nunca dantes vistas na história da Companhia.
O general Luna e Silva, presidente da Petrobras, quer reajustar o preço de combustíveis nas refinarias, alegando o preço "paridade" com o mercado internacional de petróleo. O Palácio do Planalto está inclinado a atender o pleito do general, aconselhado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, que tem cabeça voltada ao "mercado financeiro", para um novo aumento de combustíveis. O presidente da República está sendo enganado!
Entregar a chave do galinheiro para os lobos cuidarem, é nisso que dá. Refiro-me ao general Luna e Silva da Petrobras e o ministro da Economia, Paulo Guedes. Nessa queda de braço, quem vai sair lucrando são os acionistas minoritários, com continuidade dos polpudos dividendos e quem "paga o pato" é a população que verá mais uma vez a alta generalizada de preços, que, invariavelmente, será debitado à guerra Ucrânia x Rússia.
Ossami Sakamori
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