O centro da discórdia entre Ucrânia e Rússia, nesta guerra insana entre dois países, parecia ser a possível adesão da Ucrânia à OTAN, leia-se Estados Unidos, e a vontade da Ucrânia em participar do tratado de livre comércio circulação de pessoas da União Europeia. Por outro lado, o Putin, ao que parece, não quer as armas de guerra da OTAN apontado para o seu território, instalados na Ucrânia, muito menos influência econômica do ocidente no território em disputa.
Por outro lado, os Estados Unidos, aproveitando-se da situação de conflito, quer expandir sua influência econômica, mais do que hoje já ocupa hoje. Grosso modo, os Estados Unidos responde por 25% do PIB do mundo, seguido pela China. A China por sua vez, quer ampliar a seu "naco" do comércio mundial, somando-se à Rússia.
O presidente Biden dos Estados Unidos, no "fundo, no fundo", não está muito interessado com a situação do povo da Ucrânia. Se os Estados Unidos quisessem participar do conflito, eles o fariam com desenvoltura, como já o fizera no Iraque ou no Afeganistão. Se o presidente Biden quisesse resolver a situação, não ficaria na retórica de baixo nível, xingando o presidente russo de assassino ou coisa parecida e mandaria as tropas da OTAN em defesa da Ucrânia.
O que o presidente Biden dos Estados Unidos quer, no fundo, é viabilizar o gás extraído do xisto no seu território, cujo custo de produção é equivalente ao do petróleo pesado do nosso "pré-sal". O petróleo cotado aos níveis dantes da guerra Ucrânia x Rússia, não viabilizaria economicamente a exploração do gás do xisto, abundante no território americano. Assim, o presidente Biden dos Estados Unidos, quer que a cotação do petróleo do tipo Brent, fique acima de US$ 100 cada barril. Coincidência ou não, o custo de produção do petróleo do "pré-sal" da Petrobras, equivale ao da produção de gás do xisto nos Estados Unidos. Para a Petrobras, também, interessa que o preço do petróleo fique acima de US$ 100 por barril.
O presidente Biden dos Estados Unidos, ao mesmo tempo, está se unindo ao presidente Nicolas Maduro, para exploração do petróleo pesado, tipo TWA, na Venezuela. Outrora inimigo, o Nicolas Maduro, vira amigo dos Estados Unidos. Explica-se, a Venezuela tem uma das maiores reserva de petróleo do mundo, ao lado da Arábia Saudita como pode ver no gráfico abaixo.
Dentro deste contexto, quem mais lucra com a guerra Ucrânia x Rússia é o presidente Biden dos Estados Unidos, que viabiliza economicamente o gás extraído do xisto, abundante no subsolo americano. E de quebra, com a inflação no mundo causada pelo preço do petróleo, neutralizar em parte, a inflação dos Estados Unidos, a mais alta dos últimos 40 anos.
Dentro deste contexto, o Brasil que é auto suficiente em petróleo do "pré-sal", mas dependente de importação do petróleo leve, do tipo Brent, para as refinarias brasileiras que processam somente o petróleo do tipo leve, acaba viabilizando economicamente o seu petróleo. Petrobras exporta o petróleo do "pré-sal", tipo pesado e importa o petróleo do tipo Brent, o tipo leve. No fundo, no fundo, quem "paga o pato" é o povo brasileiro que, apesar de Petrobras produzir petróleo em abundância, sofre com o aumento de combustíveis na bomba e o agronegócio que paga pelos insumos mais caros devido a guerra Ucrânia x Rússia.
Biden e Petrobras unidos pelos interesses comuns.
Ossami Sakamori
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