quinta-feira, 17 de março de 2022

Entenda a taxa Selic de 11,75%

 

Ontem, 16/3, pela nona vez consecutiva, o COPOM - Comitê de Política Monetária, sob guarda chuva do Banco Central do Brasil, elevou a taxa básica de juros Selic para 11,75%, a maior juros em 2 anos.  Como eu já disse em matérias precedentes, que o primeiro quadrimestre deste ano deveria ser de "arrocho" monetário, para tentar conter a inflação que já ultrapassa dois dígitos (acima de 10%).  Dito e feito, o COPOM já deixou claro que vai ter mais um aumento de 1% na próxima reunião nos dias 3 e 4 de maio.  

           À essa altura, com o conflito entre Ucrânia e Rússia, a economia global e em especial a economia brasileira, ganhou um novo contorno.  Eu mesmo escrevi em 28 de fevereiro passado, Iminente a maior crise econômica mundial  devido ao bloqueio econômico do ocidente contra a Rússia.  As medidas tomadas pelos Estados Unidos e União Europeia contra a Rússia, voltarão contra si próprios como efeito "bumerangue".  O principal insumo do parque industrial do mundo todo, que é o petróleo, chegou a ultrapassar o patamar histórico de altas e ontem, dia 16/3, estava cotado ao redor de US$ 100 cada barril, do tipo Brent.   Como petróleo é combustível para quase todo meio de transportes e o seu derivado o gás natural é fonte de energia para os países europeus, em especial, o preço do petróleo mexe com a economia mundial.  Nem é preciso ser expert em macroeconomia para saber que já está instalada a maior crise econômica mundial pós crise financeira mundial de 2008.

          No front interno, o aumento dos combustíveis para transportes e de insumos para o agronegócio, que responde por 25% do PIB - Produto Interno Bruto, causarão inflação de custo, inexoravelmente. De quanto vai ser o estrago que será causado, ninguém sabe avaliar.  Essa altura, é torcer para que o Banco Central consiga segurar a inflação no patamar aceitável, próximo de 10% ou abaixo deste.  E que o crescimento econômico do País, consiga alcançar o patamar de 5%.  Conseguir os objetivos é um grande desafio para o Ministério da Economia e do Banco Central.

           No front externo, é esperar que o presidente americano e o presidente russo, além dos dirigentes da União Europeia, deixem de se preocupar com suas vaidades próprias, e pararem com os bloqueios econômicos recíprocos.  Nessa competição de vaidades políticas, quem "paga o pato" são os que nada tem a ver com a disputa territorial na Europa.  E, em especial, o povo brasileiro tem pouco a ganhar e muito a perder com a guerra entre países do hemisfério norte.  

          Ossami Sakamori


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