Brasil fez opção de continuar medíocre no cenário econômico mundial. Infelizmente, a conclusão é cristalina para quem tem o mínimo de conhecimento de macroeconomia. A tabela de classificação do PIB do mundo, em dólares, retrata a situação real do Brasil perante mundo. O Brasil saiu da situação de 7ª economia do mundo em 2014, antes da crise econômica de 2015, iniciada no governo Dilma, para situação de 12ª economia do mundo em apenas 6 anos. A tabela abaixo mostra, a classificação dos países mais expressivos em dólares americanos:
Classificação em 2020 | ||
1 | Estados Unidos | 20,580,250 |
União Europeia | 18,736.855 | |
2 | China | 14,860,775 |
3 | Japão | 4,910,580 |
4 | Alemanha | 3,780,553 |
5 | Reino Unido | 2,638,296 |
6 | Índia | 2,592,583 |
7 | França | 2,551,451 |
8 | Itália | 1,848,222 |
9 | Canadá | 1,600,264 |
10 | Coreia do Sul | 1,586,786 |
11 | Rússia | 1,464,078 |
12 | Brasil | 1,363,767 |
Classificação em 2014 | ||
1 | Estados Unidos | 17 348 072 |
2 | China | 10 430 590 |
3 | Japão | 4 602 419 |
4 | Alemanha | 3 868 291 |
5 | Reino Unido | 2 988 893 |
6 | França | 2 829 192 |
7 | Brasil | 2 346 523 |
De 2015 até os dias de hoje, incluído o governo do presidente Bolsonaro, o PIB brasileiro decresceu, grosso modo, 23,5%. Brasil encolheu no seu Produto Interno Bruto, quase 1/4 em relação à pré-crise. Não vamos perder tempo, analisando o que levou o País a esta situação. A grande verdade é que na tentativa de sair da crise financeira mundial de 2008, para sair da "marolinha", o governo Lula, adotou medidas de estímulo creditício e de incentivos fiscais, que acabou "explodindo" em 2015, na forma de pior depressão desde 1929.
Após o impeachment da presidente Dilma, o seu vice, Michel Temer, modificou a Lei de Responsabilidade Fiscal número 101 de 2010, através da Emenda 95, denominado de "teto dos gastos", para recuperar a credibilidade do Brasil no mercado financeiro internacional. A Emenda 95, de "invenção" do ministro da Fazenda da época, Henrique Meirelles, visava melhorar o rating das empresas de classificação de riscos de crédito, a Moody's, a Fitch e a Standard & Poor's ao "grau de investimento". Enfim, a Emenda 95, visava atender mais ao capital estrangeiro, para continuar financiando os títulos da dívida pública brasileira, do que atender aos interesses nacionais de desenvolvimento econômico. O resultado do PIB, está a mostrar a minha afirmação. O Brasil se preocupou mais com o capital especulativo estrangeiro do que atender ao interesse nacional de desenvolvimento econômico. O gráfico acima, mostra claramente o desacerto da política econômica em vigor, baseado na Emenda 95, de 2016.
Para quem tem pelo menos um pouco conhecimento do tema de contas públicas, a flexibilização da Emenda 95, está sendo considerado inegociável. A Emenda 95, manda que os Orçamentos Fiscais dos próximos 20 anos, contados à partir de 2016, estabeleça como o teto, o mesmo valor do Orçamento Fiscal de 2016, corrigido apenas pela inflação. À primeira vista, a Emenda 95, do teto dos gastos públicos, atende aos interesses da nação brasileira. Ledo engano! A Emenda 95 atende aos interesse dos investidores especulativos estrangeiros e do mercado financeiro. Porém, a Emenda 95, engessa os gastos públicos em investimentos em infraestruturas, tão necessárias para o desenvolvimento do País aos níveis de 2016, pico da crise econômica. A Emenda 95 é camisa de força para segurar o crescimento econômico do País. Está, no meu entender, mais para camisa de forca do que de força. Com a Emenda 95, o Brasil está com o seu destino selado à condição econômica do ano da sua edição, o ano de 2016, o pico da recessão econômica dos últimos 100 anos.
Os sucessivos Orçamentos Fiscais desde 2016, tem confirmando o que estou a afirmar, o equívoco da política econômica, baseado na Emenda 95. Desde 2015, o governo da União não consegue pagar as suas contas com o que arrecada de impostos e contribuições. As despesas correntes da União, desde então, incluído as de 2021, são cobertos com endividamento público, com emissão de títulos do Tesouro Nacional. O último Orçamento Fiscal, o de 2021, prevê um déficit primário de R$ 247,1 bilhões. Isto é, o dinheiro que falta para cobrir as despesas correntes da União, excetuando o pagamento de juros da dívida pública, do Tesouro Nacional.
Enquanto persistir a ideia errônea do governo da União em seguir cegamente a Emenda 95, tão defendido pelo mercado financeiro especulativo nacionais e internacionais, persistindo em considerar os investimentos públicos em infraestruturas, como sendo apenas despesas do governo, o Brasil continuará no fundo do poço. Seremos, eternamente, como um vira-lata, querendo pegar o seu próprio rabo, na visão do mundo desenvolvido.
Ossami Sakamori
Nenhum comentário:
Postar um comentário