sexta-feira, 2 de abril de 2021

Brasil está no fundo do poço!

 


Brasil fez opção de continuar medíocre no cenário econômico mundial.  Infelizmente, a conclusão é cristalina para quem tem o mínimo de conhecimento de macroeconomia.  A tabela de classificação do PIB do mundo, em dólares, retrata a situação real do Brasil perante mundo.  O Brasil saiu da situação de 7ª economia do mundo em 2014, antes da crise econômica de 2015, iniciada no governo Dilma, para situação de 12ª economia do mundo em apenas 6 anos.  A tabela abaixo mostra, a classificação dos países mais expressivos em dólares americanos:

Classificação em 2020
1 Estados Unidos20,580,250
 União Europeia18,736.855
2 China14,860,775
3 Japão4,910,580
4 Alemanha3,780,553
5 Reino Unido2,638,296
6 Índia2,592,583
7 França2,551,451
8 Itália1,848,222
9 Canadá1,600,264
10 Coreia do Sul1,586,786
11 Rússia1,464,078
12 Brasil1,363,767


Classificação em 2014
1 Estados Unidos17 348 072
2 China10 430 590
3 Japão4 602 419
4 Alemanha3 868 291
5 Reino Unido2 988 893
6 França2 829 192
7 Brasil2 346 523

De 2015 até os dias de hoje, incluído o governo do presidente Bolsonaro, o PIB brasileiro decresceu, grosso modo, 23,5%. Brasil encolheu no seu Produto Interno Bruto, quase 1/4 em relação à pré-crise.  Não vamos perder tempo, analisando o que levou o País a esta situação.   A grande verdade é que na tentativa de sair da crise financeira mundial de 2008, para sair da "marolinha", o governo Lula, adotou medidas de estímulo creditício e de incentivos fiscais, que acabou "explodindo" em 2015, na forma de pior depressão desde 1929.  

           Após o impeachment da presidente Dilma, o seu vice, Michel Temer, modificou a Lei de Responsabilidade Fiscal número 101 de 2010, através da Emenda 95, denominado de "teto dos gastos", para recuperar a credibilidade do Brasil no mercado financeiro internacional.  A Emenda 95, de "invenção" do ministro da Fazenda da época, Henrique Meirelles, visava melhorar o rating das empresas de classificação de riscos de crédito, a  Moody's, a Fitch e a Standard & Poor's ao "grau de investimento".  Enfim, a Emenda 95, visava atender mais ao capital estrangeiro, para continuar financiando os títulos da dívida pública brasileira, do que atender aos interesses nacionais de desenvolvimento econômico.   O resultado do PIB, está a mostrar a minha afirmação.  O Brasil se preocupou mais com o capital especulativo estrangeiro do que atender ao interesse nacional de desenvolvimento econômico.   O gráfico acima, mostra claramente o desacerto da política econômica em vigor, baseado na Emenda 95, de 2016.

           Para quem tem pelo menos um pouco conhecimento do tema de contas públicas, a flexibilização da Emenda 95, está sendo considerado inegociável.  A Emenda 95, manda que os Orçamentos Fiscais dos próximos 20 anos, contados à partir de 2016, estabeleça como o teto, o mesmo valor do Orçamento Fiscal de 2016, corrigido apenas pela inflação.  À primeira vista, a Emenda 95, do teto dos gastos públicos, atende aos interesses da nação brasileira.  Ledo engano!   A Emenda 95 atende aos interesse dos investidores especulativos estrangeiros e do mercado financeiro.  Porém, a Emenda 95, engessa os gastos públicos em investimentos em infraestruturas, tão necessárias para o desenvolvimento do País aos níveis de 2016, pico da crise econômica.   A Emenda 95 é camisa de força para segurar o crescimento econômico do País. Está, no meu entender, mais para camisa de forca do que de força.  Com a Emenda 95, o Brasil está com o seu destino selado à condição econômica do ano da sua edição, o ano de 2016, o pico da recessão econômica dos últimos 100 anos.

            Os sucessivos Orçamentos Fiscais desde 2016, tem confirmando o que estou a afirmar, o equívoco da política econômica, baseado na Emenda 95.  Desde 2015, o governo da União não consegue pagar as suas contas com o que arrecada de impostos e contribuições.   As despesas correntes da União, desde então, incluído as de 2021, são cobertos com endividamento público, com emissão de títulos do Tesouro Nacional.  O último Orçamento Fiscal, o de 2021, prevê um déficit primário de R$ 247,1 bilhões.  Isto é, o dinheiro que falta para cobrir as despesas correntes da União, excetuando o pagamento de juros da dívida pública, do Tesouro Nacional.

         Enquanto persistir a ideia errônea do governo da União em seguir cegamente a Emenda 95, tão defendido pelo mercado financeiro especulativo nacionais e internacionais, persistindo em considerar os investimentos públicos em infraestruturas, como sendo apenas despesas do governo, o Brasil continuará no fundo do poço.  Seremos, eternamente, como um vira-lata, querendo pegar o seu próprio rabo, na visão do mundo desenvolvido.

Ossami Sakamori

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