sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

Tesouro Nacional atingiu R$ 1,24 trilhão em caixa em novembro de 2020

 


No meio de notícias ruins na economia, a queda previsto do PIB do ano de 2020 em cerca de 4,5%, anunciado pelo Ministério da Economia e depois de passar por um período de forte aperto em liquidez e o aumento da percepção de risco de rolagem da dívida pública,  o caixa do governo federal ou o do Tesouro Nacional, atingiu em novembro último, a marca de R$ 1,24 trilhão.  Segundo o Tesouro Nacional, a marca está 66% acima do pior situação, que foi no pico da pandemia, no mês de julho.  O repasse de parte do lucro do Banco Central em agosto, no total de R$ 325 bilhões, e a melhora no ambiente de captação em mercado desde outubro, contribuiu para a melhora.

Como qualquer administradora de recursos, seja público ou  privado, o governo federal ou o Tesouro Nacional,  terá que manter volume alto de dinheiro em caixa, por conta do endividamento bruto que chega a cerca de 100% do PIB ou equivalente a cerca de R$ 7,3 trilhões.  O que pressiona o Tesouro Nacional a manter volume expressivo de dinheiro em caixa é a despesa obrigatória da União como folha de pagamento que estimado em R$ 344 bilhões e com o Regime Geral da Previdência Social previsto em 678 bilhões, entre outras despesas.

O ano de 2020 foi excepcional por conta da pandemia Covid-19, que o governo federal gastou cerca de R$ 600 bilhões na conta do governo ou R$ 800 bilhões na minha conta, extra Orçamento Fiscal de 2020.  Desta forma, o dinheiro em caixa de R$ 1,24 trilhão, referente ao mês de novembro, é mais do que necessário para o governo da União manter credibilidade no mercado financeiro nacional e internacional e poder "rolar" sua dívida pública, pagando taxa básica de juros ligeiramente abaixo da inflação.

O Brasil "precisa" manter dinheiro em caixa alto para poder continuar "rolando" a dívida pública federal que está próximo do PIB - Produto Interno Bruto, tudo que o País produz no ano.  Por enquanto, o País está mantendo o "rating" de riscos em nível aceitável, porém, longe ainda do "grau de investimentos" ou a nota AAA das agências de riscos.  Isto é a realidade, nua e crua.

Ossami Sakamori


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