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Em entrevista concedida à Globo News, na quarta-feira, dia 17, o ministro Paulo Guedes disse que as projeções do mercado para a economia com a reforma da Previdência em 10 anos estão erradas. A divergência está no valor de avaliação dele, em torno de R$ 1 trilhão em 10 anos e do mercado que avalia entre R$ 500 bilhões a R$ 600 bilhões. O discurso do Guedes mais parece o título da música de Tom Jobim: "O samba de uma nota só".
O fato concreto é que o governo Bolsonaro, pela resistência em aceitar a forma de governo, a de "coalizão", está encontrando muita dificuldade em conseguir a maioria absoluta na Câmara dos Deputados, 308 votos, necessária para aprovação de Emenda Constitucional. A "nova forma" de governo do presidente, sem apoio dos partidos do "Centrão", a reforma da previdência deverá sair com modificações nos BPC na previdência no setor rural. A divergência de números entre Guedes e o mercado está essencialmente nestes dois pontos, difíceis de serem aprovados. Este articulista, aposta no número apontado pelo mercado, o da economia virtual entre R$ 500 bilhões a R$ 600 bilhões, em 10 anos ou seja R$ 50 bilhões a R$ 60 bilhões a cada ano. Guardem o número para posterior confrontação com os déficits primários e nominais.
É certo que a reforma da Previdência é um ponto importante para o equilíbrio orçamentário da União, ainda assim, os demais "buracos" continuarão sendo entraves para os Orçamentos Fiscais dos próximos anos. Cada vez mais, as despesas obrigatórias estão em alta, diminuindo os gastos opcionais, como as destinadas aos investimentos em infraestrutura. O governo prevê em 2020, gastos opcionais está em R$ 100 bilhões, o que é muito pouco diante de tanta necessidade. Os analistas econômicos preveem que este tipo de gastos em 2022 devem encolher para cerca de R$ 72 bilhões.
Seguindo a Emenda do teto dos gastos, que o Paulo Guedes quer segui-la, a ferro e fogo, o déficit primário do próximo ano, 2020, está previsto em cerca de R$124 bilhões. O déficit primário é o dinheiro que o governo busca no mercado financeiro, através da venda de títulos da dívida pública, para cobrir os "rombos fiscais". O déficit primário não inclui as despesas devido ao pagamento de juros Selic da dívida pública da União que anda ao redor de R$ 5,5 trilhões brutos ou R$ 3,9 trilhões líquidos. O Brasil paga de juros sobre a dívida pública, que não está incluído no "déficit primário, ao redor de R$ 275 bilhões. Somado tudo, o "déficit primário" e o "déficit nominal", o Brasil aumentará no próximo ano, a sua dívida bruta em cerca de R$ 400 bilhões. Assim, o Brasil caminha, celeremente, ao mesmo da Grécia e Turquia.
Paulo Guedes, ministro da Economia é competente, conseguiu transformar a reforma da Previdência como o "vilão" de todos problemas do Brasil. Paulo Guedes como Tom Jobim, canta o samba de uma nota só: A reforma da Previdência levará o Brasil ao caminho da Venezuela. Será?
Ossami Sakamori
(sem rede social)
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3 comentários:
Chama a atenção o gênero da palavra SAMBA, parece ser uma palavra singular masculina. Logo o artigo seria obrigatoriamente "O" - O samba de uma nota só. Quanto ao texto e às opiniões do mercado quero dizer que Paulo Guedes está correto. Pelo menos o cara é muito estudado sendo o colunista deste artigo o seu oposto, ou seja, analfabeto.
Diz o provérbio que "até o tolo se passa por sábio quando fica calado."
Obrigado pela correção sobre gênero da palavra SAMBA.
Não classifiquei o ministro Paulo Guedes de incompetente, pelo contrário. Apenas, quis mostrar que os problemas do País é muito além do que se apresenta como sendo único vilão da pior depressão dos últimos 100 anos. Outras reformas estruturantes, o ministro terá que tratar quando do término da reforma da Previdência.
Posso ser analfabeto em português, mas não o sou em macroeconomia.
Obrigado, comentário!
Prezado Sr.Sakamori! Achei o comentário anônimo acima ofensivo e desagradável, pois qualquer doutor(Paulo Guedes), seja ele qual for, é passível de crítica! O tolo pode até se passar por sábio quando calado, mas o ignorante quando se expressa é lamentável!
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