Hoje, vou tratar de um tema que não é tratado nos livros da economia. Vou sair do rigor do embasamento teóricos e dos dados oficiais divulgados pelos órgãos do governo. Enfim, esta matéria não serve para analistas econômicos e muito menos para formuladores da política econômica do governo. Esta matéria destina, exclusivamente, às donas de casa. As donas de casas são, também, minhas assíduas leitoras.
Há poucos dias, o conceituado jornalista Alexandre Garcia da Rede Globo postou em redes sociais comemorando a baixa da inflação e da taxa de juros Selic. Preocupa-me, sobretudo, porque ele é formador de opinião dentre público mais culto e elitizado. A opinião do jornalista da Globo deve ter "massageado" o ego dos formuladores da política econômica de antes e de hoje. Inflação abaixo de 4% ao ano e taxa de juros Selic de 6,5% ao ano, as menores dos últimos 25 anos! Ele, o Alexandre Garcia só não falou que os indicadores, aparentemente positivos, foram conseguidos com remédio muito caro para a população, a brutal depressão econômica dos últimos 100 anos!
Bem, voltando o assunto para as donas de casas. Eu já fiz algumas matérias sobre a "inflação do bolso". A inflação do bolso é a que as donas de casas sentem. O tomate é que está subindo, o feijão que sobe, a carne que fica cada vez menos acessível às mesas de classe média baixa. A conta de luz que come cada vez mais a renda da família. A conta do gás, a conta d'água. O preço da gasolina que está abocanhando cada vez o pouco dinheiro que resta das necessidades básicas da casa. Comemorar a baixa de inflação neste contexto é como dar um "soco" no estômago das donas de casa!
Comemorar a baixa dos juros Selic de 6,5% ao ano? Em níveis técnicos, ainda assim, são altos porque a taxa Selic é juros da dívida pública que já ultrapassa os R$ 5,5 trilhões. Contrastando com os juros comemorados pelo jornalista da Globo, as donas de casas pagam juros em cheque especial algo como 150% ao ano. Os juros de cartões de créditos são mais exorbitantes ainda. Como explicar tudo isto aos maridos? Os maridos estão confiando na inflação de 4% ao ano e taxa de juros Selic de 6,5% ao ano!
Comemorar os indicadores econômicos comemorados pelo jornalista da Globo e pelos formuladores da política econômica do governo, é estar dissociados da realidade do bolso das donas de casa. Por isto e muito mais, posso afirmar, com certeza absoluta, de que a inflação do bolso das donas de casa está longe de ser comemorada. Para as donas de casa, o governo "mente" sobre a inflação.
Inflação do bolso é mais alta do que a inflação oficial.
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Ossami Sakamori
Um comentário:
Ótimo “puxão de orelhas” ������
De fato, o dia a dia dos brasileiros está mais caro e ainda não há do que comemorar .
Obrigado professor Sakamore pelo tema e explicação ..
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