quinta-feira, 13 de abril de 2017

Lista do Fachin é uma hecatombe!

Crédito da imagem: Veja
As gravações dos depoimentos dos donos e funcionários da Odebrecht foram ao ar nas principais emissora de televisão do País, ontem, após liberação delas pelo ministro Edison Fachin, relator do processo Lava Jato no STF. Coloco aqui as principais conclusões sobre a Lista do Fachin. 

O primeiro sobre o ex-presidente Lula. Entre vários depoimentos, o que chamou atenção é que a empresa Odebrecht reservou na conta corrente "Amigo", administrado pelo Antonio Palocci, o "italiano" da operação estruturada da empresa. Disse o Marcelo Odebrecht: "Eu combinei com Palocci. A gente sabia que ia ter demandas de Lula, a questão do Instituto, para outras coisas. Vamos pegar e provisionar uma parte deste saldo e aí botamos R$ 35 milhões num saldo amigo, que é Lula, para uso que fosse orientação de Lula”. Isto teria acontecido com o Lula com mandato e sem mando de presidente da República. O Instituto Lula diz que as doações foram legais e que foram emitidos notas fiscais, como que emissão de notas fiscais "esquentasse" o dinheiro sujo da propina. 

Crédito da imagem: Estadão
Sobre a Dilma, o delator Marcelo Odebrecht disse que tinha proximidade com a ex-presidente a ponto de ter reunião semestral no Palácio do Planalto, para tratar de "agenda" da sua empresa. Os encontros teriam durado entre duas a quatro horas, no recinto do Palácio. Fora destes encontros de "agendas", o ex-presidente do grupo Odebrecht teriam encontrados com Dilma em vários eventos desta, permitindo uma rápida troca de palavras sobre o andamento dos assuntos em andamento. 

Por outro lado, o patriarca da maior empreiteira do País, Emílio Odebrecht, revelou que a Dilma era responsável pelo favorecimento da empresa Tractebel-Suez em licitação para construção da Usina Hidrelétrica de Jirau em Rondônia. Só para lembrar, a empresa Tractebel tem ligação com a empresa que vendeu à Petrobras a polêmica Refinaria de Pasadena, em Texas, Estados Unidos, aprovado pela Dilma no Conselho de Administração da Companhia. 

Crédito da imagem: Estadão

E finalmente, em depoimento gravado, o ex-presidente da Odebrecht Engenharia Industrial Márcio Faria da Silva, disse que participou do encontro que se deu no escritório político do presidente Temer, em São Paulo, para tratar da contribuição ao PMDB. A contribuição se referia ao contrato de manutenção de ativos sucateados da Petrobras em nove países do mundo, no valor de US$ 825 milhões. 

Segundo o delator, o aguardavam na reunião os deputados Henrique Alves, PMDB/RS e Eduardo Cunha, PMDB/RJ. A reunião, segundo o Márcio Faria, era para que o Michel Temer, então vice-presidente da República e presidente do PMDB "abençoasse" o pagamento das propinas para o PMDB. A propina que era de US$ 40 milhões, foram destinados 4% para o PMDB e 1% para o PT. Os recursos do PT seriam para os senadores Delcídio do Amaral, PT/MS à época e Humberto Costa, PT/PE. O delator lembrou-se de que o presidente Michel Temer ocupava a cabeceira da mesa de reunião. 

Eu tenho dito que aqui neste blog que o Palácio do Planalto é sede da "facção criminosa" que tomou conta do País. As delações se referem apenas a um grupo empresarial. Este blog já fez inúmeras matérias sobre outros grupos empresariais como a BTG-Pactual, OGX e JBS/Friboi, que foram favorecidas pelos sucessivos governos do PT. Estas empresas tinha mesmo acesso e afinidade do grupo Odebrecht com os ocupantes do Palácio do Planalto, de antes e de hoje. 

O começo da faxina começa com a Lista do Fachin, mas não será a única. Estão na fila de espera as mais 25 delações sigilosas da própria Odebrecht e de outras empreiteiras da Petrobras. Como tudo isto vai terminar não sabemos ainda. 

Por enquanto, a Lista do Fachin é uma hecatombe!

Ossami Sakamori


Um comentário:

daniel camilo disse...

Imaginem se hoje, por causa dessas notícias, o povo saísse às ruas em multidões por todo o País? Ou se o povo resolvesse parar tudo? Algum resultado positivo conseguiria lógico, a custo de muito sofrimento porém, as noticias sobre corrupção no meio político se banalizou. O povo acostumou com tantas delações que nem se indigna mais. Os políticos aproveitam da paralisia da população para se reinventar e sobreviver. Esses políticos tem costas quentes, não são bobos e como dizem no Pantanal: Rio onde tem piranhas, jacaré nada de costas e sucuri se finge de tronco.