Folha, 4/2/2014. Nas contas do FMI (Fundo Monetário Internacional), o Brasil tem hoje a
maior dívida pública entre os países tidos como mais vulneráveis às
recentes turbulências das finanças globais. O grupo, apelidado no mercado de “os cinco frágeis”, inclui ainda
Índia, Indonésia, África do Sul e Turquia. Em comum, todos têm governos
gastadores e deficit nas transações de bens e serviços com o resto do
mundo.
Comentário.
Explica-se os vários critérios apresentados pelas diversas fontes sobre a dívida pública brasileira. Cumpre-se, embora não sendo economista com formação acadêmica sólida, mas vivência do mercado financeiro o bastante, para apresentar os critérios usados por cada organismo para consideração da dívida pública e por mim próprio.
Quanto o FMI apresenta o número da dívida pública brasileira, engloba a dívida do todo setor público. Engloba a dívida do governo federal, leia-se Tesouro e dos governos estaduais e municipais. Dentre deste critério, a dívida pública, do setor público, está em 68% do PIB, referência 2012, ou seja algo acima de R$ 3 trilhões.
Ainda segundo critério do FMI, o Brasil gasta em torno de 5% do PIB, somente, para pagar juros da dívida pública. Entendendo que se trata do número englobado as dívidas de todos os entes da administração pública, quais sejam União, estados e municípios.
Na metodologia do Banco Central, a dívida pública é de 57% do PIB, ou seja equivalente a R$ 2,55 trilhões. Do montante, R$ 2,12 trilhões corresponde a dívida pública federal ou seja do Tesouro. Mas, o número é um tanto inconsistente, para a análise do mercado financeiro internacional. Explico na sequência.
O Banco Central, desconta do valor da dívida pública federal, dois itens importantes. O BC desconta da dívida pública a reserva cambial, em dezembro de 2013, equivalente a cerca de R$ 900 bilhões, pelo dólar a R$ 2,33. Desconta também, o crédito proveniente do programa PIS, emprestado ao BNDES, no montante de R$ 440 bilhões em dezembro de 2013. Só para lembrar que a renda de juros da reserva cambial é de 0,25% ao ano enquanto que os juros do PIS é de máximo 3,5% ao ano. Lembrando, a taxa Selic está em 10,5% ao ano.
Segundo a minha visão, Sakamori, sobre a dívida pública federal, ou seja dívida pública da União é somatória de todas dívidas, independente de a reserva cambial e dinheiro do programa PIS renderem algum troco de renda. Englobado tudo, o endividamento bruto do governo federal ou seja do Tesouro é de R$ 3,46 trilhões. No conceito Sakamori, a dívida pública federal é de de cerca de 78% do PIB ou seja R$ 3,46 trilhões!
Vamos ainda considerar que, segundo Folha, o critério do FMI: O Brasil gasta em torno de 5% do PIB com juros da dívida pública.
Levantamento feito pelo FMI com base nos dados de 2011 só encontrou
percentuais maiores na Grécia e no Líbano. Se considerar os juros conforme critério Sakamori, a situação é bem pior do que se apresenta. Posso garantir que o mercado financeiro internacional, bem como agências de classificação estão adotando o critério Sakamori, só para entender o porque do "stress" no mercado internacional com relação ao Brasil.
Ossami Sakamori
@SakaSakamori
5 comentários:
Traduzindo........o Brasil está ferrado!
Professor Sakamori, digamos que aconteça algo absurdo: O candidato que ganhe do PT faça uma reforma tributária ( diminua a carga tributária para 15% do PIB) e previdenciaria feroz para os servidores públicos. Além disso, 70 % dos cargos de confiança fossem cortados (tem muito cargo inventado nessa história). A expansão das Hidrelétricas fosse prioridade máxima (afinal sem energia = crescimento pífio e inflação), existiria a possibilidade de diminuir essa crise ? Um abraço!
Acho que perdemos espaço pra fazer a reforma tributária a alguns anos atrás. Com essa política do PT fica impossível diminuir a carga tributária.Já não navegamos por mares tranquilos. A tendência é piorar.
tomara que tenha uma luz no fundo do tunel….senao o povo ta ferrado, se for possivel ficar mais ferrado do que esta.
https://www.youtube.com/watch?v=ChmYfkVDFSU
Divida Pública, Orçamento e Gastos - Profª. Dra. María Lúcia Fattorelli
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