Hoje, vou me enveredar por um caminho que não costumo andar, o do "achismo". Para quem está habituado a fundamentar as projeções econômicas em Orçamentos Fiscais e nas medidas macroeconômicas tomadas pelos governos ao redor do mundo e em especial, do governo federal brasileiro, seria como se fosse fazer prognóstico como que de um "vidente". Os últimos acontecimentos, sobretudo, as medidas econômicas e financeiras tomadas pelas autoridades monetárias ao redor do mundo, em especial, aquelas tomadas pelo BIS (Banco Central dos Bancos Centrais) conta o governo russo e a inflação de 8,5% nos Estados Unidos (o pior índice dos últimos 40 anos), está provocando crise financeira mundial, muito pior do que aquela vivida em 2008, com a quebra do Banco Lehman Brothers nos Estados Unidos.
Diante do quadro "caótico" decorrentes do bloqueio econômico do Ocidente à Rússia e a inflação americana atípica, é difícil mensurar o tamanho do "estrago" causada por um ou associação de ambos eventos. Para piorar a situação, o governo da China impõe "lockdown" em Shanghai, o principal porto de entrada e saída de mercadorias da China. O mercado financeiro internacional, entrou em pânico e o resultado não poderia ser diferente. A economia mundial está a sofrer um triplo problema: o bloqueio econômico da Rússia por parte do Ocidente; a inflação americana e uma nova onda de pandemia da Covid-19 na China. Pior quadro não poderia esperar, na saída da longa crise de pandemia. O FMI já rebaixou a projeção do crescimento da economia Ocidental de 5% para 4% para este ano e sinalizou um ligeiro crescimento do Brasil, de 0,6% para 0,8% em 2022.
O Brasil que está inserido na economia global, não poderia esperar uma situação de calmaria, "um oásis no deserto". O País, além de não ter feito dever de casa, as reformas estruturantes, como a tributária e administrativa, está pagando, ainda, o preço alto da crise econômica financeira de 2014/2015, iniciado no governo Dilma Rousseff. O principal problema, em termos de governo Central ou governo da União Federal, é ainda, infelizmente os sucessivos "déficits primários", os "rombos ficais" ou o "dinheiro que falta para pagar as contas. Os sucessivos rombos fiscais, vem sendo "mitigado" pela Emenda 95, que baliza o Orçamento Fiscal do governo no teto máximo, daquele do exercício de 2016, admitindo os "rombos fiscais", contrariando a Lei de Responsabilidade Fiscal de 2006.
Enfim, a República Federativa do Brasil está "quebrado" desde 2014. E não consegue ainda, sair da situação de "recuperação judicial", se fosse uma companhia privada. No caso do governo da União Federal, os sucessivos déficits primários, o dinheiro que falta para pagar contas, são cobertos com emissão de títulos da dívida do governo Federal, as Letras do Tesouro Nacional. A emissão de títulos da dívida do governo da União tem o mesmo efeito, para macroeconomia, o de impressão de papel moeda que provoca a inflação. Tanto maior o "rombo fiscal", maior terá que ser a emissão de novos títulos do Tesouro Nacional. Quanto maior "déficit primário" ou o "rombo fiscal", maior será a inflação. Não tem almoço grátis! Alguém, o contribuinte, terá que pagar a conta do desgoverno.
Dentro deste contexto: o bloqueio econômico da Rússia, a inflação americana, somado a uma nova onda de Covid-19 na China, o quadro que se apresenta é caótico. O quadro, só não é pior, porque o Governo da União, está conseguindo manter os gastos públicos, apesar das eleições, dentro do Orçamento Fiscal de 2022 e dentro da Emenda 95, do teto dos gastos públicos.
Desta forma, é prudente, adiar os projetos de longo prazo e tocar os empreendimentos em andamento, cercado de cuidados necessários para não afundar junto com o mercado financeiro mundial.
Ossami Sakamori
3 comentários:
O brasileiro é muito azarado,por que não recai uma epidemia de Dólares em nossas contas bancárias ?
Obrigado amigo Ossami pelos comentários e dicas de precaução!!! Precaução e caldo de galinha não faz mal a ninguém!!!
A mídia associa o lockdown ao Covid, na realidade é H8N3, uma variante da gripe aviária, conhecida, e tão mortal quanto a Covid que o mundo comprou como a pior.
Eu vejo uma oportunidade para o Brasil como produtor seguro de alimentos, longe da Europa, que se vende como culta e é barbara.
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