quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

Brasil e o desafio para 2021

 


Não sei por onde começar a matéria de hoje.  Gostaria muito de escrever que o Brasil está "bombando", como vejo muitos amigos das redes sociais comentarem sobre o atual momento econômico que passa o País.  Nada disso é verdadeiro.  O País jamais viveu período tão sacrificado como o que passamos hoje, desde o início da pior depressão mundial de 1929.  Deixa de longe, situação vivida na crise financeira mundial de 2008.  Agravado ainda pela pandemia da Covid-19 que pegou também o mundo de crise na forma global.  Ainda assim, os brasileiros iludidos pelas falsas notícias festejam o avanço da economia do País.  Isto é como comemorar o penúltimo lugar em corrida de maratona. 

O PIB - Produto Interno Bruto, economia real, encolheu em 34% desde 2015, conforme demonstrado na matéria anterior.  O Brasil passou de 8ª economia do mundo para 9ª posição, perdendo o posto para o Canadá.  Apesar do otimismo, o PIB de 2020, vai encolher 4,5%, segundo o próprio Ministério da Economia.  A queda do PIB em 2020, será minimizada pelo setor agropecuário, que vem quebrando recordes atrás de recordes, há muito tempo.  Brasil tem maior extensão territorial vocacionado para agropecuária, cerca de 300 milhões de hectares, pouco mais de 1/3 do território brasileiro.  

Ainda sob impacto da pandemia Covid-19, o Ministério da Economia prevê crescimento de 3,4% em 2021, após queda prevista de 4,5%.  Este nível de crescimento é a média mundial em tempos normais.  Significa que a projeção do Ministério da Economia é manter crescimento relativo igual aos das maiores economia do mundo, mantendo a posição relativa em igual situação de hoje, qual seja, a posição de 9ª economia do mundo, atrás do Canadá.  

No "front" interno, o número de desempregado continua próximo do pico, de 14 milhões de trabalhadores, segundo IBGE.  Nesta conta não entra os desalentados, que são os desempregados que não saem à procura de trabalho.  Não entra na conta, também, os nem-nem, que são pessoas que nem estudam e nem trabalham.  Certamente, não entram na conta os trabalhadores informais, que o governo considerava até a pandemia como "trabalhadores invisíveis" (sic).  O fato é que mais de 65 milhões de pessoas receberam durante o ano de 2020, o auxílio emergencial do governo federal.  

Para os empresários, restou a árdua tarefa de fazer este País crescer a uma média de 7%, real, para, em 5 anos tentar recuperar a economia antes da crise econômica que o País vivencia desde crise financeira mundial de 2008.  O Brasil tem  mão de obra ociosa em abundância, o que não é defeito, para  manter o crescimento desejado e necessário.  Condições o País tem.   

A falácia da economia "bombando" é de gente incompetente do Ministério da Economia, que mais fala muito e pouco faz.  Ainda bem que a política monetária do País está nas mãos competentes do Campos Neto, presidente do Banco Central.  Até quando o Paulo Guedes e sua equipe vai brincar de política econômica liberal (sic) não sabemos.  

Falando sério, curto e grosso:  Paulo Guedes é uma versão falsa da política econômica liberal preconizada pelo professor Milton Friedman da Universidade de Chicago.  Uso indevido da política liberal do emérito professor de economia da conceituada universidade é um abuso!

Cabe aos empresários brasileiros, não os incompetentes políticos, levarem, novamente, o País ao desenvolvimento sustentável é um desafio e tanto, que outrora outros bravos homens e mulheres desbravaram esse imensidão do território, cobiçado pelos estrangeiros espúrios e políticos gananciosos e de má fé. 

Ossami Sakamori


Nenhum comentário: