O Banco Central, através do seu Copom - Comitê de Política Monetária, estabeleceu a taxa básica de juros Selic, para os próximos 45 dias, em 2% aa, mantendo a taxa de juros em vigor desde reunião do mês de agosto. A decisão pegou o mercado financeiro, de surpresa, uma vez que a inflação do mês de novembro apresentou uma alta significativa, nos últimos 12 meses em 4,31%, acima do centro de meta do governo que é de 4%.
A taxa de juros Selic, é importante indicador da economia, que reflete a situação atual da economia, ainda em marcha lenta, devido a pandemia "coronavírus". Apesar de no mês de novembro mostrar uma recuperação na economia, ainda assim, está longe de terminar o ano com o PIB - Produto Interno Bruto de 2020 no terreno positivo. A economia brasileira deve terminar o ano com o PIB em queda, estimada em 4,5%. Eis a aparente contradição em Banco Central manter a atual taxa Selic em 2%, inferior à inflação de novembro de 4,31%.
Com previsão de queda de vendas no mês de dezembro ao redor de 7%, segundo entidades de comércio varejista, é de esperar uma queda de atividade econômica no início do próximo ano, que deve arrefecer o ímpeto da inflação nos últimos meses do ano. A tão propalada recuperação da economia em "V" seguida e insistentemente dito pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, tem grande chance de não acontecer. É provável que a economia retome o ritmo de crescimento, somente no segundo trimestre do próximo ano, formando um "U" ao invés de "V".
Com manutenção da taxa Selic em 2%, o Campos Neto, presidente do Banco Central e condutor da política monetária, acertou mais uma vez, contrariando a expectativa do mercado financeiro.
Ossami Sakamori
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