terça-feira, 10 de setembro de 2019

Brasil continua sendo a terra da jabuticaba!



Dizem que jabuticaba só dá no Brasil.  Assim como a jabuticaba, a política econômica e monetária adotadas no País é única no mundo.  Brasil sempre viveu e vive hoje, o inverso da paradigma da política econômica e monetária adotada pelos país desenvolvidos no mundo.  Os sucessivos governos dizem-se bastiões das verdades da política econômica e monetária, estando na contra mão dos mais básicos preceitos da macroeconomia.  Enfim, o Brasil é país da jabuticaba, que só existe acá, na terra descoberta pelo Cabral. 

O governo do presidente Jair Bolsonaro diz a quatro cantos de que a política econômica, pressupõe que inclui a política monetária, a ser adotada por seu governo, seria "liberal" ao estilo daquela defendida pelo professor Milton Friedman da University of Chicago.  O ministro Paulo Guedes afirmou e continua a afirmar, que a política econômica do Brasil seria a política econômica liberal no estilo daquela adotada pelos "Chicago boys", em alusão aos formuladores da política econômica do ditador Augusto Pinochet do Chile, dos anos 70/90, pelos meninos recém formados pela famosa Universidade americana. 

Um belo discurso que engana a nós todos, aquele do ministro da Economia, Paulo Guedes.  É certo que a política econômica liberal do Augusto Pinhochet do Chile, tanto quanto a do Ronald Regan dos EEUU, deram bons resultados, no seu tempo.  Isto foi na década de 80, onde o ambiente econômico mundial era totalmente diverso daquele de hoje.  A China, na década de 80, ocupava a 5ª posição no ranking do PIB mundial e hoje ocupa a 2ª posição.  O PIB brasileiro no governo Sarney ocupava a 9ª posição no mundo e após 3 décadas, o Brasil ocupa a pífia 8ª posição do mundo, apesar de ter todas condições para ser, no mínimo a 5ª economia do mundo.  

É certo que a desregulamentação da economia promovida pelos EEUU e Chile nos anos 80, está vindo ao Brasil com Paulo Guedes, com atraso de décadas, portanto há muito chão para percorrer para reconquistar a posição de destaque na economia do mundo.  As reformas estruturantes estão a acontecer em velocidade e profundidade necessárias para o desenvolvimento do País.  Até a implementação de todas reformas estruturantes, o período do governo Bolsonaro já teria se exaurido.  Não é uma tarefa simples.  É mais ou menos como tentar trocar a roda da bicicleta, pedalando. 

Há um paradigma da política monetária adotada pelos países desenvolvidos que o Brasil insiste e persiste em mantê-lo, ao da política de juros da dívida pública.  Todos os países desenvolvidos, como EEUU, Alemanha e Japão praticam juros da dívida do Tesouro negativos (-) em relação à taxa de inflação.  O Brasil, ao contrário, pratica a taxa de juros reais no terreno positivo (+).  Se à época da inflação de 10% ao ano, praticava taxa de juros Selic de 14% ao ano, 40% maior do que a inflação, o Tesouro Nacional pratica juros Selic de 6% ao ano ou 5,5% ao ano, sendo a taxa de inflação ao redor de 4%, a taxa de juros reais é o mesmo 40% acima da inflação da década perdida. 

A razão para que o Tesouro tem para pagar o maior juros reais do mundo, exceto Turquia e países subdesenvolvidos, apesar de País ter a "reserva cambial" de US$ 380 bilhões, é para manter a rolagem da dívida pública federal bruta de R$ 5,5 trilhões ou dívida pública líquida de R$ 4 bilhões.  O Brasil é terra para os agiotas internacionais e  em contrapartida, é um terreno infértil para investimentos produtivos.  Sem os investimentos produtivos não criam empregos.  E sem empregos não criam consumo.  

Só uma política monetária corajosa do Banco Central pode resolver o dilema do baixo crescimento.  Basta copiar o exemplo dos países que estão surfando, como a China, os Estados Unidos e o Japão.  Enquanto isto não acontece, o País continua sendo a mediocridade e "chacota" do mundo desenvolvido.  Culpados são eles, os países desenvolvidos, que criticam ou a culpa é nossa que adotamos paradigmas erradas.  

Brasil continua sendo a terra da jabuticaba!

Ossami Sakamori





Um comentário:

Eli Reis disse...

O Brasil, país da jabuticaba, tem postura única na Economia, igual a China que é única, pois, sendo comunista é exemplo de capitalismo.
O que difere do Brasil?
O foco único no desenvolvimento do pais. Tudo e todos miram o crescimento, o que não se vê por aqui. O Executivo, parace,quer consertar o Brasil, já os políticos, todos eles, prefeitos, governadores, o Congresso Nacional e a Justiça, não ou não sabem ainda o que querem, e, tem um preço bem caro para quererem o que quer o governo.
É isso!