Dizem que jabuticaba só dá no Brasil. Assim como a jabuticaba, a política econômica e monetária adotadas no País é única no mundo. Brasil sempre viveu e vive hoje, o inverso da paradigma da política econômica e monetária adotada pelos país desenvolvidos no mundo. Os sucessivos governos dizem-se bastiões das verdades da política econômica e monetária, estando na contra mão dos mais básicos preceitos da macroeconomia. Enfim, o Brasil é país da jabuticaba, que só existe acá, na terra descoberta pelo Cabral.
O governo do presidente Jair Bolsonaro diz a quatro cantos de que a política econômica, pressupõe que inclui a política monetária, a ser adotada por seu governo, seria "liberal" ao estilo daquela defendida pelo professor Milton Friedman da University of Chicago. O ministro Paulo Guedes afirmou e continua a afirmar, que a política econômica do Brasil seria a política econômica liberal no estilo daquela adotada pelos "Chicago boys", em alusão aos formuladores da política econômica do ditador Augusto Pinochet do Chile, dos anos 70/90, pelos meninos recém formados pela famosa Universidade americana.
Um belo discurso que engana a nós todos, aquele do ministro da Economia, Paulo Guedes. É certo que a política econômica liberal do Augusto Pinhochet do Chile, tanto quanto a do Ronald Regan dos EEUU, deram bons resultados, no seu tempo. Isto foi na década de 80, onde o ambiente econômico mundial era totalmente diverso daquele de hoje. A China, na década de 80, ocupava a 5ª posição no ranking do PIB mundial e hoje ocupa a 2ª posição. O PIB brasileiro no governo Sarney ocupava a 9ª posição no mundo e após 3 décadas, o Brasil ocupa a pífia 8ª posição do mundo, apesar de ter todas condições para ser, no mínimo a 5ª economia do mundo.
É certo que a desregulamentação da economia promovida pelos EEUU e Chile nos anos 80, está vindo ao Brasil com Paulo Guedes, com atraso de décadas, portanto há muito chão para percorrer para reconquistar a posição de destaque na economia do mundo. As reformas estruturantes estão a acontecer em velocidade e profundidade necessárias para o desenvolvimento do País. Até a implementação de todas reformas estruturantes, o período do governo Bolsonaro já teria se exaurido. Não é uma tarefa simples. É mais ou menos como tentar trocar a roda da bicicleta, pedalando.
Há um paradigma da política monetária adotada pelos países desenvolvidos que o Brasil insiste e persiste em mantê-lo, ao da política de juros da dívida pública. Todos os países desenvolvidos, como EEUU, Alemanha e Japão praticam juros da dívida do Tesouro negativos (-) em relação à taxa de inflação. O Brasil, ao contrário, pratica a taxa de juros reais no terreno positivo (+). Se à época da inflação de 10% ao ano, praticava taxa de juros Selic de 14% ao ano, 40% maior do que a inflação, o Tesouro Nacional pratica juros Selic de 6% ao ano ou 5,5% ao ano, sendo a taxa de inflação ao redor de 4%, a taxa de juros reais é o mesmo 40% acima da inflação da década perdida.
A razão para que o Tesouro tem para pagar o maior juros reais do mundo, exceto Turquia e países subdesenvolvidos, apesar de País ter a "reserva cambial" de US$ 380 bilhões, é para manter a rolagem da dívida pública federal bruta de R$ 5,5 trilhões ou dívida pública líquida de R$ 4 bilhões. O Brasil é terra para os agiotas internacionais e em contrapartida, é um terreno infértil para investimentos produtivos. Sem os investimentos produtivos não criam empregos. E sem empregos não criam consumo.
Só uma política monetária corajosa do Banco Central pode resolver o dilema do baixo crescimento. Basta copiar o exemplo dos países que estão surfando, como a China, os Estados Unidos e o Japão. Enquanto isto não acontece, o País continua sendo a mediocridade e "chacota" do mundo desenvolvido. Culpados são eles, os países desenvolvidos, que criticam ou a culpa é nossa que adotamos paradigmas erradas.
Brasil continua sendo a terra da jabuticaba!
Ossami Sakamori
Um comentário:
O Brasil, país da jabuticaba, tem postura única na Economia, igual a China que é única, pois, sendo comunista é exemplo de capitalismo.
O que difere do Brasil?
O foco único no desenvolvimento do pais. Tudo e todos miram o crescimento, o que não se vê por aqui. O Executivo, parace,quer consertar o Brasil, já os políticos, todos eles, prefeitos, governadores, o Congresso Nacional e a Justiça, não ou não sabem ainda o que querem, e, tem um preço bem caro para quererem o que quer o governo.
É isso!
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