Já iniciamos o segundo semestre e a população ainda não sente nenhum sinal de crescimento do País. O povo está certo! O Brasil, apesar de ter inciado o ano de 2018 com certo otimismo, os indicadores econômicos tem demonstrado o contrário. O Boletim Focus do Banco Central previa o crescimento de 3,5% para 2018, no início do ano. No entanto, a última previsão do mesmo Boletim é de que o crescimento não passará de 1,6%. Esta vertiginosa queda da expectativa se deu nos últimos dois meses do primeiro semestre. A minha previsão é de que o crescimento de 2018 fique próximo de 1%, o mesmo índice de 2017.
A maioria dos analistas indicam a tendência do desemprenho da economia baseado apenas em número de crescimento dos setores produtivos. Os setores produtivos, a indústria, o agronegócio, o comércio e os serviços tem apresentado números pífios, infelizmente. O otimismo da imprensa sobre o crescimento não corresponde à realidade. Está certo que para a grande mídia interessa o crescimento do País para ter as verbas publicitárias aumentando. Como não sou nem economista e nem analista, permito-me fazer as previsões baseados em outros indicadores.
O Brasil entrou no espiral ao inverso, para o funil. O País se encontra num círculo vicioso persistente e pernicioso. Após dois anos de profunda depressão, a pior desde 1929, o País não está conseguindo sair do "marasmo" decorrente. Na primeira análise podemos "debitar" o "marasmo" à falta de investimentos por parte do governo. O governo não tem conseguido destinar os recursos para "investimentos" por encontrar na situação fiscal "delicada".
Literalmente, o governo da União, em especial, está "quebrado". O governo federal está trabalhando com o "rombo fiscal" ou o "déficit fiscal" que vai de R$ 139 bilhões a R$ 179 bilhões. Isto significa que o governo federal não consegue pagar as suas contas com o dinheiro que arrecada. À essa altura, o governo não faz investimentos em obras de infraestrutura, que poderiam estar criando emprego. Vamos apenas lembar que o governo federal responde com cerca de 1/3 na formação do Produto Interno Bruto, o PIB.
O gargalo está no número de desempregados e subempregados. O número de desempregados está em 12,7% da força do trabalho, o que corresponde a cerca de 13 milhões de trabalhadores. O indicador de número de desempregados abaixo de 6% é o patamar que o Brasil vinha trabalhando como sendo "aceitável". Se incluir os trabalhadores desalentados e trabalhadores subempregados e trabalhadores informais o número está próximo de 40 milhões. Somas-se a este número há 13 milhões de chefes de famílias que dependem do Bolsa Família. Enquanto o número de trabalhadores com carteira assinada, neste momento, é de 34 milhões. Isto tudo, significa que apenas 1/3 da força de trabalho sustenta o restante do 2/3 em situações anômalas.
A confirmação desta situação é demonstrada com o número de pessoas inadimplentes no comércio. Há dois anos, a Serasa Experian apresentava o número de inadimplentes no comércio como sendo 60 milhões de pessoas. O número de inadimplentes aumentou nestes últimos dois anos, passando para mais de 62 milhões de pessoas. O número significa cerca de 40% da população adulta do País. Façam vocês mesmos comparativo do número de inadimplentes com o número de trabalhadores, em diversas situações descritas acima. Vamos lembar também que este contingente da população "negativada", não contribui com o acréscimo no consumo.
Para retomar os mesmos índices de antes da "depressão", o Brasil terá que criar no mínimo 6 milhões de empregos, com carteira assinada, no próximo mandato presidencial. Sem ter um programa de governo que crie 1,5 milhões de empregos a cada ano, o próximo presidente está fadado ao fracasso! Para formuladores da política econômica, não é difícil criar um programa de governo que prevê criação de empregos para voltar ao "status quo" de antes e ainda propiciar o desenvolvimento sustentável para tentar eliminar o "gap" que criou em relação aos outros países do mundo.
Enquanto isso, o Brasil está no buraco!
Ossami Sakamori
Engenheiro civil, foi professor da UFPR e consultor empresarial.
2 comentários:
Ruim com Dilma: muito pior com Temer, que em 2 anos de desgoverno, está fazendo o Brasil regredir 20 anos!!!
Aí que está o problema. A causa e consequência dessa crise podemos colocar na conta dos governos do PT/PMDB. Temer era o vice e sabia da política econômica adotada nos levaria a essa depressão/estagnação. Agora colocar tudo na conta dele, acho um exagero.
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